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"Ideia de recuperar nove anos de congelamento é um pouco imoral"

Apesar de tudo, a posição dos sindicatos "é compreensível" pelas expectativas criadas, defende Marques Mendes.

"Ideia de recuperar nove anos de congelamento é um pouco imoral"
Notícias ao Minuto

22:30 - 10/06/18 por Pedro Filipe Pina

Política Marques Mendes

A tensão e as discordâncias vividas entre Governo e sindicato de professores continuam a marcar a atualidade.

Em causa, recorde-se, está a recuperação integral, para efeitos de progressão, do tempo de serviço prestado durante os últimos dois períodos de congelamento da carreira. Da parte dos docentes surge a reivindicação de que sejam contabilizados, ainda que de forma faseada, nove anos, quatro meses e dois dias. Da parte do Governo não há disponibilidade para que todos os anos sejam contabilizados.

Ora este assunto marcou o espaço de comentário semanal de Marques Mendes na antena da SIC.

Para o comentador, há 'culpas' a distribuir de parte a parte. De um lado há uma exigência "um pouco imoral". Ainda assim, "legitimada" pelas expectativas que o Executivo terá criado.

"Acho que a posição dos sindicatos é compreensível face ao clima de expectativas que foi criado mas acho que é bastante exagerada", afirmou Marques Mendes, acrescentando de seguida que "a ideia de recuperar nove anos deste congelamento digamos que é um pouco imoral. Mesmo faseada".

Para o antigo líder do PSD, “verdadeiramente, depois da crise ninguém recuperou por inteiro a situação que tinha antes, nem no setor público, nem no setor privado”. Daí que esta reivindicação seja "algo difícil de compreender quando o país tem o mesmo PIB de há oito anos e uma dívida galopante. Há aqui algum exagero".

Apesar deste “exagero”, Marques Mendes considera que "os sindicatos têm alguma legitimidade para fazer isto” porque “o Governo criou as condições para que fizessem esta reivindicação".

Na sua perspetiva, o "Governo está a ser vítima de discurso facilitista". "E quando se semeiam facilidades colhem-se a seguir dificuldades. E é o que está a acontecer".

Ainda para mais, o comentador destaca que, “em novembro do ano passado, o Governo assinou um acordo com os sindicatos que era ambíguo mas que no fundo dava claramente a ideia de que ia satisfazer a pretensão dos sindicatos”.

"Se o Governo quisesse 'matar' o assunto logo tinha dito 'nem pensar' e aí os sindicatos já não teriam a mesma razão", apontou.

Sobre o primeiro-ministro e este tema, diz ainda Marques Mendes que "António Costa tem uma característica: gosta de, perante os problemas, empurrar com a barriga; adiar".

Com esta expectativa dos sindicatos, Costa “está a pagar a fatura”, aponta ainda, algo que também acontece porque “o Governo está a ser vítima do ministro da Educação que tem”, que considera ter sido um "erro de casting".

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