Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
19º
MIN 16º MÁX 25º

Professores: 'Chovem' críticas ao ministro. "Castigo" e "desonestidade"?

O Bloco de Esquerda (BE) quer ouvir com urgência o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, no Parlamento, para esclarecer a decisão sobre a contagem do tempo de serviço dos professores, que o partido considera "reprovável e inaceitável". Entretanto, outros partidos também já se pronunciaram. Se o CDS fala em "conduta desonesta", o PSD acusa o Governo de discriminação. Do lado do PS, surge um pedido aos sindicatos para que não deixem morrer as negociações.

Professores: 'Chovem' críticas ao ministro. "Castigo" e "desonestidade"?
Notícias ao Minuto

10:24 - 05/06/18 por Lusa

Política Tempo de serviço

'Chovem' críticas ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. E surgem de todos os quadrantes políticos, partidos que sustentam a maioria governativa incluídos. Em declarações à agência Lusa, a deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua acusava esta manhã o governante de "castigar os professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos na contagem do tempo de serviço".

"O Governo quer castigar milhares de professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos no qual não tem razão porque a posição do Sr. Ministro contraria a Assembleia da República, contraria a palavra do Governo, a expectativa dos professores e contraria a ideia de que quem trabalhou uma década na escola pública não pode ver o seu tempo de serviço apagado como se não tivesse lá estado", frisou.

Joana Mortágua diz "não entender" como é que o ministro tomou a decisão quando tinha por base na negociação "uma resolução da Assembleia da República que diz que deve ser negociada com os sindicatos a recuperação integral do tempo de serviço que prestaram durante o período de congelamento das carreiras e com uma lei de Orçamento do Estado que diz que deve ser negociada com o sindicatos o tempo e o modo de recuperação do tempo de serviço".

No entender da deputada, o ministro da Educação entrou na negociação com base "numa chantagem".

"Ou os sindicatos aceitam o que o Governo impõe ou os professores não levam nada. No fundo é isto que o senhor ministro vem dizer e quando os sindicatos exigem a recuperação do tempo de serviço conforme o que foi acordado na Assembleia da República, o senhor ministro bate com a porta e diz que os professores ficam sem qualquer recuperação do seu tempo de serviço, ou seja está a tentar castigar milhares de professores por causa de um braço-de-ferro com os sindicatos", disse.

A deputada bloquista veio ainda apelar a António Costa para que intervenha no sentido de corrigir a alegada chantagem feita por Tiago Brandão Rodrigues. "O ministro da Educação também é do Desporto, mas isto não é um jogo", fez sobressair Joana Mortágua.

Da "conduta desonesta" do Governo, ao pedido de um sinal aos sindicatos

Mas não foi só o Bloco de Esquerda a pronunciar-se esta terça-feira sobre o tema. O grupo parlamentar do PCP requereu, entretanto, ao Presidente da Assembleia da República o agendamento de um debate sobre a situação dos professores para 15 de junho, anunciou a deputada comunista Ana Mesquita.

o CDS apontou hoje ao Governo o facto de ter uma "conduta errática, inconsistente e desonesta" no diálogo com os professores e prometeu questionar já hoje o primeiro-ministro sobre a contagem do tempo de serviço.

Aliás, à Direita, também o PSD não poupou no tom, acusando o Governo de defraudar e discriminar os professores em relação aos restantes funcionários públicos no descongelamento de carreiras, e dizendo que os sociais-democratas defendem que esta se fizesse de forma gradual, mas para todos.

Por sua vez, o PS, pela voz de Porfírio Silva, apelou aos sindicatos para que deem "um sinal de que não querem deixar morrer as negociações" com o Governo sobre a contagem do tempo de serviço dos docentes.

Recorde-se que o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, confirmou na segunda-feira que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociações com os sindicatos.

A ausência de acordo "significa ficar tudo como estava", disse o ministro da Educação aos jornalistas, no final de um dia de reuniões com os sindicatos de professores.

O ministro confirmou assim que os professores não vão ver contabilizados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociações e que o Governo retira de cima da mesa a proposta para contabilizar cerca de dois anos e nove meses, colocando o ónus da decisão naquilo que considerou ser uma falta de flexibilidade por parte dos sindicatos para aproximar posições.

"A partir do momento em que as organizações sindicais não avançaram e não deram nenhum passo depois de o Governo ter dado um passo, não existem condições neste momento para se proceder a um acordo e irmos para a negociação formal", disse o ministro.

À saída da reunião com o ministro da Educação, esta manhã, no Ministério da Educação, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, adiantou que perante o cenário de "chantagem" os professores admitem avançar com uma greve aos exames nacionais, às aulas e a tarefas burocráticas como o lançamento de notas.

À tarde, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) anunciou que iria propor aos restantes sindicatos de professores a convocação de uma greve aos primeiros dias do próximo ano letivo, depois de uma reunião que classificou como "uma amarga deceção que confirma as piores expectativas".

[Notícia atualizada às 14h20]

Recomendados para si

;
Campo obrigatório