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Paula Brito e Costa só sai com "respetiva indemnização e subsídio"

Ex-presidente da Raríssimas garantiu que não vai abandonar a Casa dos Marcos sem receber a respetiva indemnização a que diz ter direito.

Paula Brito e Costa só sai com "respetiva indemnização e subsídio"
Notícias ao Minuto

08:50 - 15/12/17 por Patrícia Martins Carvalho com Lusa

País Casa dos Marcos

A polémica que estalou em torno da associação Raríssimas e da presidente Paula Brito e Costa continua a dar que falar.

Suspeita de gestão danosa e de uso indevido de dinheiro, Paula Brito e Costa já deixou a presidência da Associação Raríssimas por considerar que a sua presença estava a “afetar a instituição”. No entanto, deixou claro que tudo não passava de uma “cabala muito bem feita”.

Atualmente, já não é a presidente da Raríssimas, mas continua a ser a diretora-geral da Casa dos Marcos, um espaço construído pela associação na Moita, no distrito de Setúbal. E em declarações ao jornal Expresso deixou claro que não pensa abandonar o cargo de mãos a abandonar.

Paula Brito e Costa sublinhou que só sai da direção da Casa dos Marcos se for despedida, pois tal implicará o “pagamento da respetiva indemnização e o subsídio de desemprego”, pois existe um contrato de trabalho assinado.

"É muito fácil fazer a gestão da Casa dos Marcos. Se não me quiserem, então vamos ter de chegar a acordo"A investigação aos crimes de uso indevido de dinheiro e gestão danosa, alegadamente cometidos por Paula Brito e Costa, estão a ser investigados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto.

A polémica com prestigiada associação que já provocou demissões no Governo

Dia 9 de dezembro 'a bomba' rebentou. Uma reportagem emitida pela TVI revelava factos sobre a gestão da associação de solidariedade social Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras. De acordo com a reportagem, a presidente da associação, Paula Brito e Costa, usaria dinheiro da Raríssimas para fins pessoais.

Além disso teriam ligações à instituição de membros do Governo, como o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva (que foi vice-presidente da Assembleia Geral), o secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado (que foi assessor) ou a deputada socialista Sónia Fertuzinhos (que viajou ao serviço da associação).

A direção da Raríssimas reagiu no dia seguinte, através do Facebook, garantindo que as acusações da reportagem eram "insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada", e que as despesas da presidente estavam registadas contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção.

No mesmo dia, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tutelado por Vieira da Silva, divulgava um comunicado no qual assegurava que ia avaliar a situação da Raríssimas e "agir em conformidade".

Entretanto entrava em ação o Ministério Público, para investigar a gestão da Raríssimas desde finais de novembro na sequência de uma denúncia anónima, e uma petição pública pedia a "demissão imediata" da presidente da associação.

Na reportagem da TVI referia-se ainda que secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, tinha sido contratado entre 2013 e 2014 pela Raríssimas, com um vencimento de três mil euros, tendo recebido um total de 63 mil euros. Entrevistado dias depois da emissão da reportagem, o governante explicou, em entrevista à estação de Queluz, que se tratou de "uma colaboração técnica" e que "nunca participou em decisões de financiamento da Raríssimas". Mas acabaria por apresentar o pedido de demissão a António Costa.

Em simultâneo demitia-se a presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, que em entrevista ao Expresso explicou que pediu ao ministro Vieira da Silva a suspensão temporária de funções, enquanto decorrem as investigações, mas que por não existir essa figura decidiu "sair". A responsável falou ainda do que se está a passar como "uma cabala muito bem feita" e agora, mesmo numa situação debilitada, mantém algumas exigências.

Numa situação não menos complicada, mas sem dúvida preocupante, estão os trabalhadores da Raríssimas que, numa declaração à imprensa na Casa dos Marcos, avisaram que a associação está em "risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias" e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direção idónea para permitir o funcionamento.

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