Investigador defende participação ativa das populações na proteção civil
O professor universitário e especialista em incêndios florestais, Domingos Xavier Viegas, defendeu hoje uma participação ativa das populações na defesa da floresta contra os fogos, sugerindo a constituição de comunidades locais de proteção civil.
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País Incêndios
No debate dedicado à proteção civil no âmbito do V Congresso Internacional sobre Segurança e Democracia, que hoje se realiza na Universidade Nova de Lisboa, o professor da Universidade de Coimbra considerou que as populações locais devem estar "envolvidas ativamente" e participar no combate aos incêndios florestais.
Segundo o investigador do comportamento do fogo em incêndios florestais, a participação da população na proteção civil "tem que se fazer previamente e não pode ser em cima da hora".
Em declarações à agência Lusa, Domingos Xavier explicou que se deviam constituir comunidades locais de proteção civil com o apoio das juntas de freguesias.
"Em cada freguesia, devia escolher-se um conjunto de cidadãos capazes, sendo necessário dar alguma preparação e formação, algum equipamento, no mínimo coletes, que permitissem que fossem claramente identificados para quando existisse um incêndio naquela zona pudessem dar apoio aos bombeiros", disse.
O docente adiantou que este conjunto de cidadãos era reconhecido e podia dar indicações sobre caminhos e acessos, zonas a evitar, uma vez que conhecem melhor a freguesia do que os bombeiros.
A colaboração das populações com os bombeiros podia também ser feita ao nível dos trabalhos que exigem mão-de-obra, mas que não oferecem perigo e podem aliviar esse esforço físico aos operacionais, como estender e esticar mangueiras, afirmou.
Domingos Xavier disse também que este grupo de pessoas podem também ajudar no teatro das operações quando há necessidade em retirar pessoas algumas horas antes de o fogo chegar perto das populações.
Com este tipo de organização, evitava-se "esse espetáculo que se vê todos os anos com as pessoas a correr com baldes e mangueiras", acrescentou, frisando que, com esta participação, diminuía-se "o trabalho dos bombeiros e punha-se menos os bombeiros em risco na defesa das casas".
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