João Araújo, advogado de José Sócrates, comentou na antena da SIC o facto de Ministério Público querer ouvir o ex-primeiro-ministro, novamente, na próxima segunda-feira, na mesma semana do fim do inquérito Operação Marquês.
"Tenho ouvido duas coisas que são juridicamente contraditórias. Que na sexta-feira [data do fim do inquérito] vai haver acusação neste processo e que na segunda-feira vai ser ouvido".
João Araújo não percebe a razão que leva o MP a querer ouvir Sócrates, três dias antes de uma alegada acusação.
"Vai ser ouvido para quê? Para uma formalidade? Num processo desta dimensão, desta natureza, dá-se conhecimento ao arguido dos factos três dias antes de encerrar o processo?", interrogou-se, sublinhando não ter certezas quanto ao desfecho do processo.
"Só se fosse louco é que não tinha dúvidas. A haver acusação, ela deveria ter sido dada em 18 de outubro de 2015. Se é para haver acusação, que sentido faz perguntar-lhe coisas três dias antes?", reforçou, garantindo desconhecer que perguntas irão ser feitas ao cliente.
De resto, apontou as críticas que tem vindo a tecer ao Ministério Público.
"Apesar de o segredo de justiça ter ter terminado há bastante tempo, continuamos a receber informação processual às pinguinhas, conforme o MP entende", nota, sublinhando que não é normal o inquérito durar tanto tempo.
"Não é normal o prazo ser violado e a ilegalidade ser transformada em facto normal", frisou.