Operação Marquês. Novo adiamento da acusação à vista?
Henrique Granadeiros e Zeinal Bava, antigos gestores da Portugal Telecom, foram ontem constituídos arguidos num processo que já se alonga desde que Sócrates foi detido, em novembro de 2014.
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País Justiça
Faltam pouco mais de duas semanas para que as investigações ao processo da Operação Marquês, que envolve – entre outros – o ex-primeiro-ministro José Sócrates, pudessem, ao fim de mais de dois anos, chegar ao fim e eventualmente traduzir-se em acusações formais.
No entanto, este prazo, apontado para meados de maio deste ano, estabelecido pela Procuradoria-Geral da República, pode novamente vir a ser alargado.
Isto porque, durante a tarde da passada sexta-feira (24), Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, antigos gestores da Portugal Telecom, foram constituídos arguidos neste processo, ambos por suspeitas “da prática de factos suscetíveis de integrarem os crimes de fraude fiscal, corrupção passiva e branqueamento".
É de recordar que este passo judicial surge alguns meses depois das buscas feitas às residências dos dois ex-gestores da PT, ordenadas pelo Ministério Público. Em causa estariam as alegadas 'luvas' pagas a José Sócrates pelo Grupo Espírito Santo e que teriam a ver com negócios que envolviam a PT.
De acordo com o que havia sido noticiado na altura, no caso de Bava, este teria recebido cerca de 18 milhões de euros do chamado ‘saco azul’ do Grupo Espírito Santo, informação essa que o próprio confirmou, alegando ter-se tratado de um empréstimo para comprar acções, mas que acabou por não ser usado e, por isso, devolvido no início de 2016.
A tese de um novo adiamento do prazo estabelecido para a formalização de uma acusação aos arguidos ganha mais força se considerarmos que, dois dias antes, o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) rejeitou um recurso de José Sócrates relacionado com "prazos e procedimentos" da Operação Marquês. Duas semanas antes, o antigo primeiro-ministro deu até uma conferência de imprensa onde deu conta da sua intenção em processar o Estado por violação dos prazos máximos legais do inquérito da Operação Marquês.
Feitas as contas, os arguidos deste processo, que antes eram 18, passam agora a 20. Além de Sócrates, Bava e Granadeiro, são ainda arguidos o ex-ministro socialista Armando Vara e a filha; Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro; Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena; João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS; Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma; Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva; o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.
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