Combate ao tráfico de seres humanos precisa de novas respostas
A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna defendeu hoje que são precisas novas respostas tanto na prevenção como no combate perante os "desafios sem precedentes" que a Europa enfrenta ao nível da imigração ilegal ou tráfico de pessoas.
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País Helena Fazenda
A encerrar a conferência "As novas tendências na utilização das redes sociais no tráfico dos seres humanos", que decorreu durante o dia de hoje, em Lisboa, Helena Fazenda apontou que "os desafios que a Europa enfrenta ao nível da imigração ilegal, do asilo ou do tráfico de pessoas não têm precedentes".
"As experiências do passado, ainda que possam ajudar a compreender a evolução dos fenómenos, não têm paralelo com as mudanças que se registam na atualidade, pelo que se impõe procurar novas respostas", disse a responsável.
Helena Fazenda apontou que, no decorrer da conferência de hoje, foi possível perceber que as redes sociais não são em si o problema no que diz respeito ao tráfico de seres humanos, mas acabam por tornar o processo de prevenção e de combate mais complexo e complicado, já que online "são explorados os mais diversos tipos de vulnerabilidades, com objetivos específicos e destinos bem definidos".
De acordo com a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna o fenómeno do tráfico de seres humanos nas redes sociais tem uma dimensão que "permanece relativamente desconhecida", chamando a atenção para a "escassez de meios técnicos e humanos" para a prevenção e combate.
"Torna-se necessário desenvolver formas de cooperação e articulação operacional entre unidades que combatem e previnem o tráfico de pessoas e também o cibercrime e urge apostar no desenvolvimento de ferramentas tecnológicas adequadas", sublinhou a responsável.
Helena Fazenda chamou a atenção para o facto de as redes sociais serem uma "realidade complexa e multifacetada", para a qual são precisas não só as ditas ferramentas tecnológicas, mas também recursos humanos, adaptando-os aos "desafios das mutações constantes dos 'modi operandi'".
Nesse sentido, defendeu que é necessário pensar em desenvolver novas técnicas e novas táticas de investigação, desde logo no aumento da presença na internet, além da troca de informação entre os vários atores, mas também com a sociedade civil.
"Prevenção é a palavra-chave, na utilização da internet e das redes sociais, fazendo avaliação de risco de tecnologias e de redes porque se estas podem transformar-se um problema, também podem representar ou servir por si próprias como uma das soluções para o contornar para o contornar", salientou.
Quanto a possíveis soluções, Helena Fazenda defendeu que terão de passar por mecanismos de segurança e privacidade anti-tráfico de pessoas e divulgação de produtos de sensibilização para o fenómeno, com vista a chamar a atenção da sociedade civil para o fenómeno, mas também das possíveis vítimas.
"Face a uma realidade que se transforma a um ritmo alucinante, difícil de acompanhar, urge ainda adaptar técnicas de investigação aos sinais dos tempos, sob pena de se perder o combate, monitorizar a internet, correlacionar os sinais disponíveis e estreitar a cooperação internacional, desde logo com os países onde estão alojados os servidores", concluiu.
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