POUPANÇA NO MINUTO
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"De repente, achei que o país se tinha transformado num manicómio"
Ex-jornalista diz ser "uma injustiça" associar Pedro Passos Coelho ao polémico livro.
© Global Imagens
País António Saraiva
Eu e os Políticos’. Este é o nome da obra que está no centro da polémica do momento. É da autoria de António José Saraiva, antigo diretor do Expresso, e revela pormenores íntimos da vida dos grandes protagonistas da política nacional.
É atualmente descrito como um “livro de mexericos” e o autor não terá percebido o porquê de tanta polémica. “De repente, achei que o país se tinha transformado num manicómio. De repente, há uma fagulha que incendeia a gasolina e foi isso que aconteceu”, desabafou o ex-jornalista numa entrevista a Manuel Luís Goucha.
No ver do arquiteto, a maneira como a obra foi inicialmente anunciada foi o que gerou tamanha polémica. “A manchete do Diário de Notícias colocou isto como um livro de mexericos sexuais e deu ao livro uma imagem completamente diferente. Foi isso que provocou o escândalo”, afirmou.
José António Saraiva garante que o material revelado resulta de conversas abertas e “sem relação de cumplicidade” que teve com “os grandes protagonistas da política portuguesa”. No entanto, apesar de aceitar as críticas, garante não se arrepender do passo que decidiu tomar.
“Pensei ‘o que devo fazer? Deixar este material soterrado para sempre ou devo fazer um livro que pode dar do nosso tempo uma perspetiva que mais ninguém possa dar?’”, explicou.
Por fim, sobre o convite feito a Pedro Passos Coelho para apresentar a obra, o autor diz que se arrepende sim de “eventualmente o ter induzido em erro”, visto que o social-democrata tinha aceite desde logo apresentar o livro “sem o ler” e apenas “pelo respeito e consideração” que tinha por António José Saraiva. “É uma injustiça estar a envolvê-lo com o livro”, acrescenta.
É de referir que ‘Eu e os Políticos’, cuja apresentação já foi totalmente cancelada, tinha uma tiragem inicial de 500 exemplares, mas já vai na sétima edição.
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