Presidente da Proteção Civil demite-se e pedido já foi aceite
Francisco Grave Pereira, presidente da Proteção Civil, demitiu-se do cargo.
© Lusa
País Grave Pereira
O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Francisco Grave Pereira, demitiu-se e o pedido já foi aceite.
O responsável pela Proteção Civil demitiu-se após uma proposta de processo disciplinar, na sequência do inquérito ao caso dos helicópteros Kamov, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).
Segundo a mesma fonte, Fernando Grave Pereira apresentou na segunda-feira à ministra da Administração Interna o pedido de demissão, que foi aceite.
Entretanto, a ministra já reagiu: “Decidiu pedir a sua demissão que eu aceitei”, confirmou a responsável pela tutela numa conferência de imprensa, na Proteção Civil, para o balanço operacional intercalar da Fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2016 relativo ao mês de agosto.
Questionada sobre o inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), a ministra preferiu não se pronunciar, dizendo apenas que se trata de uma investigação “confidencial” e que a ANPC continuará a fazer o seu “excelente trabalho”.
A notícia foi inicialmente avançada pelo jornal Público, que adianta que a IGAI imputa a Francisco Grave Pereira "violação do dever de zelo na forma como a autoridade geriu o processo de transferência dos seis helicópteros pesados Kamov para a empresa que os está a operar, a Everjets".
A abertura do inquérito surgiu após a ANPC ter detetado problemas "graves no estado das aeronaves", que ditaram a impossibilidade de os helicópteros estarem em plena condição de serem operados, durante o processo de transferência dos Kamov para a empresa que ganhou o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos para os próximos quatro anos.
O inquérito incidia sobre "as circunstâncias descritas e apuradas durante o processo de consignação dos meios aéreos próprios pesados do Estado, tendo em vista o apuramento de responsabilidades a que haja lugar nesse âmbito".
Dos seis helicópteros Kamov da frota do Estado, apenas três estão aptos para voar, estando dois inoperacionais por avaria e outro acidentado desde 2012.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) deste ano conta com três Kamov estacionados em Braga, Santa Comba Dão e Ferreira do Zêzere, num total de 47 meios aéreos.
Em junho, em declarações na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, disse aos deputados que o DECIF de 2015 já não contou com os três helicópteros pesados.
[Notícia atualizada às 14h00]
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