"A direção decidiu pelo encerramento do instituto que era exclusivamente financiado pelos contratos de associação. Somos daqueles a quem foram retiradas todas as novas turmas em início de ciclo. Sem esta verba que era transferida pelo Estado e as consequências desta redução de apoio, tínhamos muitas dificuldades em continuar a atividade", disse hoje à agência Lusa a diretora pedagógica do IST, Francelina Sousa.

O IST, que foi criado a 30 de abril de 1985, debateu-se ainda com outro problema que diz respeito à não validação de três turmas (9.º, 11.º e 12.º anos) por parte da Direção Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEstE), que estavam em desconformidade em relação ao número de alunos estipulado por lei.

"Neste momento era incomportável continuar com esta situação", diz a diretora pedagógica da instituição.

O IST, que tinha atualmente nos quadros 17 professores, um psicólogo e oito funcionários, comunicou na quinta-feira a decisão à Câmara de Proença-a-Nova, que hoje emitiu um comunicado sobre o assunto e através do qual enfatiza o trabalho que foi realizado pela instituição ao longo dos anos.

"Sendo da responsabilidade da Câmara Municipal de Proença-a-Nova o transporte entre as diversas localidades do concelho e o Agrupamento de Escolas, quero deixar uma nota de serenidade para todas as famílias, assegurando este município, como não podia deixar de ser, que os alunos terão transporte em viagens compatíveis com os seus horários escolares", pode ler-se no documento.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, adianta ainda que apesar deste momento de apreensão para a comunidade diretamente afetada pela tomada de decisão do encerramento do IST, os funcionários da instituição merecem toda a empatia por parte do município.

"Desde já estamos a trabalhar, em conjunto com a direção do instituto, na procura de uma nova valência para aquele equipamento que tem reconhecida importância social, económica e política no concelho, para que este importante património possa ser colocado novamente ao serviço da população", sublinha o autarca.

À Lusa, João Lobo reafirmou que a Câmara de Proença-a-Nova, a cooperativa que gere o IST e outra instituição, estão já a trabalhar no sentido de aproveitar o edifício, localizado em Sobreira Formosa, para o converter noutra valência ligada à saúde e solidariedade.

" O objetivo passa também por incluir a massa de trabalhadores do IST que agora ficam desempregados nessa valência. Eles terão prioridade nos futuros empregos", concluiu o autarca.