Turistas que aterram em Lisboa admirados com manifestação dos taxistas
Os turistas que chegaram de avião hoje à tarde a Lisboa ficaram admirados com o aparato causado pelas dezenas de taxistas que se concentram junto à porta das chegadas do aeroporto, em protesto contra o serviço de transporte privado Uber.
© Reuters
País Portela
À espera há 40 minutos por um táxi, Marcelo Reis já se tinha resignado e aguardava pacientemente que a situação se resolvesse.
"Estou há um dia e meio em viagem, gostava de chegar a casa", disse o brasileiro que reside há 20 anos em Portugal, acrescentando que "é a primeira vez" que se depara com uma situação destas.
Ir de autocarro está "fora de questão" porque transporta três malas grandes.
O canadiano Steve e os seus amigos esperavam há 20 minutos e não se mostravam surpreendidos porque "em Toronto passa-se o mesmo".
"Ambas as partes têm argumentos legítimos. A Uber é mais barata, por isso, muitos preferem-na", disse à Lusa.
Alguns turistas, que traziam pouca bagagem, optaram por apanhar o Metropolitano para chegar aos vários pontos da cidade.
Entre as pessoas que saíam do aeroporto à procura de transporte, os taxistas abriram apenas uma exceção e transportaram um casal que viajava com um bebé.
Dezenas de taxistas estão desde as 14:00 concentrados à porta das chegadas do aeroporto da Portela, em Lisboa, em protesto contra o serviço de transporte privado Uber, não havendo, por isso, serviço de táxis no local.
A manifestação "espontânea" surgiu depois de um agente da PSP ter multado um taxista.
"Por volta das 13:00 detetei um motorista da Uber e alertei um agente da autoridade. O motorista da Uber foi identificado e mandaram-no seguir. A mim, pediram-se a minha identificação e a do carro e depois autuaram-me em 60 euros por ter estacionado à frente do da Uber", contou à Lusa Diogo Santos, o taxista que "causou" a manifestação.
O motorista comentou depois com os colegas o que lhe tinha acontecido, "rapidamente a notícia se espalhou e explodiu".
"Não me revejo neste tipo de situações, mas é a única maneira de criarmos pressão", frisou.
Desde as 14:00 não há serviço de táxi no aeroporto. Os veículos estão todos parados nas praças de táxi e nas suas imediações, sendo visível a presença de um forte dispositivo da polícia na zona das chegadas.
No protesto estão presentes o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, e o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos.
Os dirigentes foram recebidos por um representante da ANA -- Aeroportos de Portugal, pelas 16:00.
Quando saíram da reunião, seguiram para a residência oficial do primeiro-ministro. Os taxistas irão manter-se em protesto no aeroporto até que estes representantes regressem.
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