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Lusodescendente vai para Portugal quando Marine Le Pen chegar ao poder

O lusodescendente Eric Correia, eleito domingo na segunda volta das eleições regionais em França, disse hoje à Lusa que viajará para Portugal no dia em que Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, chegar ao poder.

Lusodescendente vai para Portugal quando Marine Le Pen chegar ao poder
Notícias ao Minuto

17:15 - 14/12/15 por Lusa

País Conselheiros

"Se a Marine Le Pen chegar ao poder em França, eu vou logo para Portugal. Adoro o Porto, Lisboa e a Nazaré, um bom peixe grelhado e um bom vinho verde. O que se pode pedir mais? A Frente Nacional (FN) é um partido extremo que recusa misturas e que quer os estrangeiros lá fora", disse à Lusa Eric Correia, de 49 anos.

Eric Correia, enfermeiro e autarca em Guéret, no distrito de Creuze, no centro de França, foi eleito conselheiro da região Aquitânia, Limousin, Poitou-Charentes, uma das cinco regiões em que o Partido Socialista venceu, contra as sete ganhas pelo partido de direita Os Republicanos e uma ganha por um partido regional.

Para o novo conselheiro regional de origem portuguesa, o Partido Socialista optou por "limitar os danos" a nível nacional, "tendo em conta o que era esperado".

"Há uma subida geral da Frente Nacional em França que já vem de há algum tempo e que nos preocupa muito. Basta ver os resultados das últimas eleições autárquicas, europeias, departamentais e agora regionais", comentou, ainda que a FN não tenha conseguido conquistar uma região, apesar dos bons resultados da primeira volta de 06 de dezembro.

Eric Correia disse ainda que a lição a tirar destas eleições é que haja um "despertar de consciências porque é preciso uma nova forma de fazer política e um renovar de gerações para evitar que as pessoas fiquem tão agarradas ao poder".

Por outro lado, o político relativizou o peso do impacto no eleitorado dos atentados em França, considerando que "o voto na FN teria sido elevado mesmo que não tivesse havido atentados" e que não lhe pareceu que o partido de extrema-direita tenha ganho com a sensação de "medo e insegurança dos franceses".

Ter um nome português no mapa político regional francês é para Eric Correia "um orgulho" e, por isso, dedica a vitória nestas eleições aos avós: António Correia e Germaine Lajoix, um português e uma francesa que se encontraram e se casaram há quase um século no centro de França.

"Tenho muito orgulho relativamente a todo este percurso, nomeadamente da minha família. O facto de haver, pelo menos, um nome português nas eleições regionais é um orgulho e não consigo deixar de pensar nos meus antepassados, sobretudo nos meus avós", acrescentou.

O avô de Eric, António Correia, chegou à região de Creuse, no centro de França, em 1920, onde trabalhou nas minas, depois de ter deixado a zona do Porto.

"A última vez que fui a Portugal foi em 2011. Tenho ainda família lá e nem os conheço a todos. Ainda visito os meus primos e de cada vez que vou a Portugal comemos imenso porque realmente é um povo que sabe receber", concluiu, lamentando apenas não saber falar português.

Outro dos nomes portugueses em destaque a terem conquistado um lugar de conselheiro regional nestas eleições é o de Carlos da Silva, deputado socialista na Assembleia francesa e porta-voz do Partido Socialista, que se afirma um "apaixonado por Lisboa", e que vai "pelo menos uma vez por ano" à aldeia de Rendufinho, perto da Póvoa do Lanhoso, onde ainda tem família, como salientou à Lusa antes do escrutínio deste domingo.

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