"Que carne não comem os muçulmanos?", "Onde fica Damasco?" ou "O que é um URL?". Estas foram algumas das questões colocadas aos aspirantes a espiões portugueses.
Nas instalações do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), no Alto da Ajuda, em Lisboa, compareceram 383 candidatos a um lugar na espionagem nacional.
Mas para lá chegarem tiveram de passar por uma Prova Geral de Acesso, explica o Diário de Notícias.
Este exame foi apenas o primeiro e serviu para dar a conhecer a um secreto Júri do Procedimento Concursal que tipo de pessoas querem integrar no Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), podendo ser encaminhados para o Serviço Informações e Segurança (SIS) ou o Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED).
Para realizarem o teste tiveram de retirar todo o material eletrónico que levavam consigo e sobre a mesa ficou apenas "o caderno de questões e a folha de respostas".
Mas em que se baseou esta prova de 70 perguntas? Além de terem de responder a 14 perguntas em inglês ou francês, os candidatos foram confrontados com sete temas: Organização Política e Administrativa do Estado; Economia; História, Política e Religião; Sociologia; Geografia; União Europeia e Cooperação Internacional e TIC e Sociedade de Informação.
Foi-lhes perguntado, a título de exemplo, que tipo de carne não comem os muçulmanos. Para cada questão tinham quatro opções.
Dos 383 aspirantes a espiões apenas dez serão alocados a estes serviços, e terão a sua vida completamente escrutinada uma vez que aceitaram que os seus dados pessoais fossem verificados.
Aqueles que forem aprovados serão chamados, em setembro, para a prestação de provas físicas e entrevistas pessoais com dirigentes de topo das secretas, assim como psicólogos que vão traçar o seu perfil.