"No conjunto dos concelhos de Portalegre e Castelo de Vide, estamos a falar de uma área ardida na ordem dos 1.300 hectares", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita.
Contactado também pela Lusa, o 2.º comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Alentejo, João Vaz, confirmou que, para já, essa é a área apontada.
Apesar de esta manhã João Vaz ter dito à Lusa que o incêndio "mas não chegou a entrar na Serra de São Mamede", o autarca António Pita assegurou que o sinistro "é quase todo dentro do Parque Natural da Serra de São Mamede".
"E, por isso, além dos outros danos, temos também uma perda grande em termos de biodiversidade", acentuou.
A Câmara de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, já começou a efetuar o levantamento dos danos provocados pelas chamas, ainda que o presidente da autarquia avise que "o balanço vai demorar ainda alguns dias a ficar concluído".
Segundo o autarca, houve um conjunto de casas, cujo número total o Município de Castelo de Vide ainda não sabe avançar, afetado pelo fogo.
"Há casas devolutas e casas de segunda habitação que foram afetadas. Estamos a falar talvez de cinco ou seis, que estão na área do parque natural, dentro da zona da Serra de São Paulo, atingidas e algumas delas violentamente", precisou António Pita.
As chamas chegaram mesmo "ao perímetro periurbano da vila de Castelo de Vide e afetaram algumas propriedades de primeira habitação, mas não as casas, os terrenos das pessoas", acrescentou.
Além disso, do que já foi possível constatar no terreno, o foco de incêndio afetou "infraestruturas da EDP, de comunicações, das própria linha de caminhos-de-ferro, como um troço do antigo ramal de Cáceres", exemplificou.
E, de acordo com o autarca, existem ainda "muitos danos em cercas, vedações e prejuízos na parte florestal".
O incêndio dos concelhos de Portalegre e Castelo de Vide, que deflagrou às 14h01 de quinta-feira, foi considerado dominado às 10h19 de hoje, após um reconhecimento aéreo a todo o perímetro, revelou à agência Lusa o 2.º comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Alentejo.
O sinistro queimou "um pouco de tudo, eucaliptal, pinho, matos, pasto, sobreiros", disse o mesmo responsável.
O incêndio "tem um perímetro de sete quilómetros, ou seja, da cauda até à orla, mas depois toda a orla estende-se por 33 quilómetros", indicou ainda João Vaz.
Os operacionais continuam em trabalhos de rescaldo e consolidação, com equipas posicionadas nas áreas mais críticas, para combater eventuais reativações.
Às 12h00, de acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio mobilizava 239 operacionais, apoiados por 79 viaturas e um meio aéreo.
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