Agência de viagens da Feira 'desaparece'. Já há sete queixas na PSP

A agência de viagens The Travel Maker terá burlado dezenas de pessoas em milhares de euros. Com viagens já pagas, clientes foram levantar o bilhete e depararam-se com a sede vazia, em Santa Maria da Feira. Há, para já, sete queixas.

A revenda de bilhetes só é permitida se o vendedor não obtiver ganhos com a transação, ou seja, se vender o ingresso pelo seu preço de custo.

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Ana Teresa Banha
14/08/2025 18:34 ‧ há 1 hora por Ana Teresa Banha

País

Viagens

Sete pessoas apresentaram queixa por burla contra uma agência de viagens sediada em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro. O caso que envolve a empresa The Travel Maker pode ainda envolver outras dezenas de pessoas que podem ter sido lesadas.

 

A notícia foi avançada na quarta-feira pelo jornal Público, que contou a história de várias pessoas que tinham uma viagem planeada com esta empresa. Tal como é usual nestas situações, já tinham adiantado dinheiro, tendo alguns já efetuado o pagamento na totalidade.

Contactados pelo Notícias ao Minuto esta quinta-feira, o Comando Distrital de Aveiro e a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmaram a existência de sete queixas.

Estas pessoas já "tinham as viagens marcadas, tinham feito reserva e pago" e deslocaram-se esta semana à agência para levantar os bilhetes. Aí, depararam-se com um cenário inesperado, como explicou o Comando de Aveiro: "A agência já não existe naquele local. Não tinha computadores nem nada".

De acordo com a mesma fonte, "há muitas outras" pessoas, na ordem das dezenas, que podem ter sido lesadas, mas, como as "viagens ainda não decorreram", ainda não houve apresentação de queixa por crime de burla.

De acordo com o que a Direção Nacional da PSP explicou ao Público e, posteriormente, ao Notícias ao Minuto, quando as autoridades foram chamadas ao local na terça-feira, os agentes encontraram "mais de uma dezena de pessoas à porta, em comportamento pacífico, aguardando a presença de um responsável que nunca compareceu."

"Ao longo das horas seguintes, os presentes foram-se revezando, sem obter resposta, acabando por formalizar queixas/denúncias criminais na Esquadra da PSP de Santa Maria da Feira", explicou a mesma fonte, dando conta de que "mais de 30 pessoas" se tinham deslocado à esquadra para informar que tinham sido "prejudicadas/burladas."

A PSP já identificou o suspeito, proprietário da empresa, estando a investigar a situação. Os prejuízos ascendem a "milhares de euros" e o proprietário está incontactável, tendo sido eliminadas as contas de redes sociais da empresa.

"A PSP de Santa Maria da Feira encontra-se a prestar todo o apoio possível aos lesados/ofendidos, a rececionar todas as denúncias", lê-se em comunicado, que dá conta de que as denúncias serão remetidas para o Ministério Público.

Burla? PSP deixa conselhos

Numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, a Direção Nacional da PSP alerta que "a forma mais eficaz para se evitar ser vítima de um crime de burla é apostar na prevenção, suspeitando e duvidando de pessoas que não conhecemos, bem como de negócios que tragam dividendos demasiado avultados e de forma rápida."

"Além disso, a denúncia de todas as burlas às autoridades policiais, tanto na qualidade de vítima, como de testemunha, é crucial. Só através da denúncia é possível dar início ao processo de investigação criminal, chegando assim à identificação de eventuais suspeitos, e ainda combater as cifras negras, permitindo assim que a criminalidade denunciada seja o mais aproximada possível da criminalidade real", acrescentam.

Abaixo, deixamos alguns conselhos das autoridades para prevenir ser alvo deste crime:

  • Não faça qualquer tipo de transferência de dinheiro para pessoas que anunciam na Internet, sem que esteja certo que o anunciante é legítimo;
  • Guarde todas as trocas de e-mails, fotos e mensagens, caso o arrendamento não corra como acordado ou tenha sido vítima de burla e denuncie de imediato o crime às autoridades;
  • Após efetuar o pagamento, se o anunciante informar que não recebeu qualquer valor ou que existem problemas no seu processamento, solicitando um novo pagamento, contacte imediatamente o banco tentando perceber a veracidade da situação. Caso se verifique a existência de fraude cancele, imediatamente o pagamento já efetuado;
  • Não aceda a endereços enviados através de e-mails de outas plataformas para efetuar o negócio, pois poderá estar a ser enviada uma página falsa;
  • Solicite referências ou dados adicionais sobre os produtos à venda, os imóveis a arrendar ou genericamente o objeto do contrato (exemplos de outras fotos, em perspetivas específicas, entre outros);
  • Pesquise os dados e contactos do anunciante, pois poderá haver referências a burlas anteriores, especialmente em fóruns ou blogues temáticos;
  • Desconfie dos anúncios em que os preços são claramente abaixo do valor de mercado, ainda que tal preço tenha por base, alegadamente, um motivo válido;
  • Anúncios que perdurem no tempo têm maior probabilidade de ser verdadeiros pois, após as primeiras denúncias, a maioria dos servidores elimina os anúncios e os anunciantes;
  • Pesquise as imagens apresentadas do anúncio a fim de verificar se são verdadeiras ou retiradas de outras plataformas;
  • Desconfie dos proprietários que não disponibilizam um contacto telefónico no anúncio, que o número seja estrangeiro ou que nunca se consiga estabelecer contacto;
  • Desconfie quando o anúncio é mal redigido, ou na troca de e-mails existam erros gramaticais, de pontuação ou tempos verbais incorretos, indicativos de que foram utilizados tradutores;
  • Incoerência entre o idioma do proprietário, nacionalidade, número de telefone, país de residência e origem do IBAN, é indiciário de burla;
  • Não efetue transferências para contas bancarias estrangeiras, pois normalmente são utilizadas em esquemas fraudulentos.

Leia Também: Condenada a 7 anos de prisão mentora de rede de burlas bancárias no Porto

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