"É uma situação muito crítica. Só temos os bombeiros de Aguiar da Beira no terreno e um helicóptero a fazer descargas. Isso não chega face à intensidade do fogo, que está a dirigir-se para as povoações", disse Virgílio Cunha, autarca de Aguiar da Beira, à agência Lusa.
O presidente do município do distrito da Guarda adiantou que o incêndio está em Ponte do Abade, Sequeiros, Barranha e Lezíria, na União de Freguesias de Sequeiros e Gradiz, no limite do concelho.
"O incêndio está numa zona de fronteira entre concelhos e é cada um por si. É um descontrolo total e aflitivo porque não temos meios para combater as chamas", realçou.
Virgílio Cunha acrescentou que se trata de uma zona com "muita floresta" e povoações muito próximas.
"Estamos a avaliar se avançamos com a evacuação do lar de Ponte do Abade, está tudo pronto para isso".
O presidente da Câmara de Aguiar da Beira referiu que, até agora, arderam armazéns e barracões agrícolas, alfaias, povoamentos florestais, matos e terrenos agrícolas.
"Felizmente, não houve casas afetadas, mas, como isto está, não estamos livres que isso aconteça porque o fogo está a dirigir-se para as povoações", declarou.
A caminho de Ponte do Abade está uma coluna de reforço e mais meios aéreos, mas o autarca desespera com a demora.
"A ajuda tem que chegar rápido. Além das temperaturas elevadas, o vento sopra com força e muda rapidamente de quadrante, o que contribui para intensificar o incêndio em direção às aldeias", disse Virgílio Cunha.
O incêndio de Vila Boa, freguesia de Ferreira de Aves, em Sátão, distrito de Viseu, teve alerta pela 01h03 de quarta-feira e no mesmo dia chegou aos municípios de Sernancelhe, também no distrito de Viseu, e ao de Aguiar da Beira.
Pelas 09h30, combatiam este incêndio 867 operacionais, apoiados por 284 veículos e sete meios aéreos, segundo a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
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