O Serviço de Urgências do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) já "está a ser restabelecido, após a interrupção temporária verificada nos últimos dias, motivada por uma falha informática", anunciou a Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, esta quinta-feira, 26 de junho.
De acordo com o Amadora-Sintra, "o problema foi solucionado e os sistemas encontram-se novamente operacionais, permitindo o normal funcionamento de todos os serviços e a reabertura das Urgências".
Na mesma nota, o HFF revela que "as equipas técnicas continuam a monitorizar e a reavaliar o funcionamento dos sistemas, hora a hora, de forma preventiva".
Realça o Amadora-Sintra que os utentes devem assim, como habitual, contactar previamente o SNS 24 (808 24 24 24), que avaliará a situação clínica e orientará para o serviço mais adequado.
Recorde-se que o serviço de Urgências do Hospital Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) esteve temporariamente suspenso devido a uma "quebra total do sistema informático".
Quando anunciou o incidente, na terça-feira, o Hospital Amadora-Sintra garantiu que os cuidados de saúde aos utentes internados estavam "assegurados".
"Negligência"
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) considerou, esta terça-feira, inadmissível que uma avaria técnica tenha levado à suspensão das urgências no Hospital Amadora-Sintra, uma situação que revela a "falta de investimento continuado" na infraestrutura do SNS.
"Não se trata de um simples incidente técnico. A ocorrência revela uma alarmante negligência na manutenção de sistemas essenciais, bem como a ausência de planos de contingência robustos e devidamente testados, numa unidade hospitalar periférica que serve uma população numerosa e que já opera sob permanente sobrecarga", alerta a Fnam num comunicado, citado pela agência Lusa.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, afirmou que esta avaria condicionou também outros serviços, como as consultas, exames e alguma cirurgia, e a prescrição de receitas, que está a ser feita à mão.
A situação expõe "mais uma vez as fragilidades estruturais graves do Serviço Nacional de Saúde".
"A interrupção do funcionamento normal de um hospital desta dimensão durante vários dias, por causa de uma avaria técnica, é o reflexo direto da falta de investimento continuado na infraestrutura do SNS", sublinhou ainda Joana Bordalo e Sá, atribuindo a essa responsabilidade ao "Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, que, à semelhança do ciclo governativo anterior, não apresenta um plano de investimento sólido para prevenir este tipo de falhas graves, que colocam em risco a segurança dos doentes e agravam o desgaste dos profissionais de saúde".
Amadora-Sintra atingiu recorde histórico em 2024
De notar que em fevereiro deste ano o Amadora-Sintra anunciou que atingiu um recorde histórico de atividade em 2024. No ano passado, a unidade local de saúde manteve uma procura elevada das urgências, com 203.570 admissões.
Além disso, adiantou que investiu 9,2 milhões de euros na requalificação dos espaços, renovação tecnológica de equipamentos clínicos e não clínicos, o triplo do montante em relação a 2023.
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