Cerca de 7,5% das crianças rastreadas à visão em Leiria com problemas

Cerca de 7,5% das crianças rastreadas em 2024 à saúde visual na Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria tinham problemas oftalmológicos, segundo dados fornecidos à agência Lusa.

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© Sebnem Coskun/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
28/05/2025 16:45 ‧ ontem por Lusa

País

Leiria

"Das crianças rastreadas [em 2024], 7,5% tinham problemas oftalmológicos e, por isso, precisavam de uma consulta médica", afirmou Rui Passadouro, coordenador do Departamento de Saúde Pública da ULS, explicando que, nestes casos, são encaminhadas para uma consulta de oftalmologia no Hospital de Santo André, em Leiria.

 

Rui Passadouro admitiu que aquela percentagem é preocupante, o que justifica, também, a continuidade deste trabalho.

"Um rastreio que identifique 7,5 % de casos positivos é sempre uma coisa muito importante", considerou o médico.

O rastreio de saúde visual infantil começou em 2019 no Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós) e destina-se a crianças com dois anos de idade que repetem aos quatro anos.

Desde 2024, com a criação da ULS, o rastreio passou a abranger as crianças daquelas idades também residentes em Alcobaça, Nazaré e Ourém, desde que igualmente inscritas nas unidades funcionais daquela entidade.

Em 2024, das 4.854 crianças convidadas para o rastreio, fizeram-no 4.227.

Segundo a médica Gracinda Junqueira, responsável da equipa de coordenação local dos programas de rastreio da ULS, este trabalho permite a "deteção precoce de qualquer anomalia" na criança para a sua posterior correção atempada, permitindo-lhe "um desenvolvimento saudável e uma saúde visual adequada ao longo da vida".

"O rastreio de saúde visual infantil é fundamental que se faça e que se faça nestas idades, porque sabemos que é nestas idades, que se as crianças forem tratadas atempadamente, que os problemas vão ser mitigados e resolvidos, portanto, garantindo que não vão ter problemas de maior ao longo da vida", adiantou.

O rastreio possibilita a deteção de problemas de visão no âmbito da ambliopia (diminuição de visão), comummente designado de olho preguiçoso, como o estrabismo e a miopia, entre outros.

"O principal problema é a possibilidade de essa criança vir a desenvolver uma cegueira", declarou Gracinda Junqueira, reconhecendo que, na ausência deste rastreio, as crianças, "só quando estão, muitas vezes, na idade escolar, é que se começa a detetar alguma coisa, se calhar tardiamente para poder corrigir".

Rui Passadouro acrescentou que este rastreio não resolve apenas problemas de visão.

"Isto tem a ver com o sucesso escolar. As crianças não veem bem e só se deteta quando elas começam a ter dificuldades. E, portanto, é o suporte para depois ter uma boa evolução na sua vida escolar e profissional", salientou.

Cerca de 20 mil crianças já beneficiaram deste rastreio.

Este ano, o rastreio da saúde visual para um total de 5.693 crianças iniciou em fevereiro, em Alcobaça, prosseguindo em todos os concelhos, adiantou, por sua vez, a enfermeira especialista Ana Catarina Duarte, que integra a equipa de coordenação.

O rastreio é feito nos centros de saúde sede dos respetivos concelhos (no caso de Leiria é Centro de Saúde dr. Arnaldo Sampaio, nos Marrazes), usando-se um aparelho que tira uma imagem aos olhos da criança, sem contacto físico, demorando até dois minutos.

O exame é enviado para o Hospital Pediátrico de Coimbra, onde é feita a análise dos parâmetros captados, finda a qual é comunicado o resultado.

"O nosso objetivo é ter 100% de cobertura", disse Rui Passadouro.

Gracinda Junqueira apelou para a participação, acrescentando que "o objetivo é o de que os pais/encarregados de educação/cuidadores compareçam com as crianças, porque é uma oportunidade ideal para perceber se há ou não algum tipo de alteração da saúde visual que possa comprometer o seu saudável desenvolvimento".

Leia Também: Cientistas criam sistema de visão biónica com IA e inspirada em insetos

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