O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou, esta quinta-feira, a morte do professor universitário António Barbedo de Magalhães, ontem, aos 82 anos.
"Foi com profundo pesar que o Presidente da República tomou conhecimento da morte de António Barbedo de Magalhães, Professor Emérito da Universidade do Porto", lê-se numa nota divulgada no site oficial da Presidência da República.
O chefe de Estado "lembra com sentido de gratidão o infatigável empenho do Professor António Barbedo de Magalhães no apoio à causa timorense e na defesa dos direitos humanos do povo de Timor-Leste".
"O Presidente da República apresenta as mais sentidas condolências à família e amigos do Professor António Barbedo de Magalhães, Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique", acrescenta a mesma nota.
António Barbedo de Magalhães, um dos grandes apoiantes e divulgador da causa timorense durante e ocupação indonésia, morreu na madrugada de quarta-feira no Hospital Fernando Pessoa, em Gondomar, segundo disse à Lusa a nacionalista timorense Fátima Guterres.
O professor, de 82 anos, nasceu na cidade da Horta, na ilha açoriana do Faial, e estava internado há quatro anos no Hospital Fernando Pessoa.
Professor Emérito da Universidade do Porto, por decisão unânime do Senado de 22 de janeiro de 2014, Barbedo Magalhães cumpriu o serviço militar a partir de outubro de 1974 em Timor, país para o qual, já doutorado em Ciências Aplicadas pela Universidade de Gand, na Bélgica, em 1973, em Ciências Aplicadas, na área da Metalurgia, coordenou o trabalho de uma equipa luso-timorense que elaborou um projeto para a reestruturação do ensino em Timor, com vista a uma eventual independência a médio prazo.
Membro da Comissão para os Direitos do Povo Maubere, da Associação Paz e Justiça para Timor-Leste e da Comissão Organizadora das Jornadas de Timor da Universidade do Porto, além de ter organizado numerosas conferências em Portugal, Alemanha, Austrália, Estados Unidos, Canadá, Brasil e outros países, é autor de sete livros sobre Timor-Leste, o último dos quais, editado pela Afrontamento em 2007, tem 3 volumes (1.000 páginas) e cerca de mais 10.000 páginas em documentos anexos, sobre a história política de Timor-Leste desde 1942 até 2007.
Pelo seu trabalho em prol da causa de Timor-Leste, foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial), em 10 de junho de 2000, pelo então Presidente português, Jorge Sampaio, e com a Ordem de Timor, em 20 de Maio de 2012, pelo então Presidente da República Democrática de Timor-Leste, Taur Matan Ruak.
Leia Também: Morreu Barbedo de Magalhães, um dos grandes apoiantes da causa timorense