Moedas realça importância do policiamento e apela: "Precisamos de mais"

O presidente da Câmara de Lisboa considerou hoje o policiamento comunitário feito pela Policia Municipal, existente em 15 zonas da cidade, "muito importante" para a segurança urbana e apelou a um maior investimento do Governo em agentes da PSP.

Notícia

© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images)

Lusa
28/05/2025 14:29 ‧ ontem por Lusa

País

Câmara de Lisboa

Carlos Moedas (PSD) falava à agência Lusa à margem da conferência "Segurança urbana e comunidades locais", organizada pela autarquia e pela Polícia Municipal de Lisboa (PML).

 

Segundo o autarca, neste momento, já existem 15 zonas da cidade onde é feito policiamento comunitário.

"É um policiamento de proximidade, é um policiamento em que o polícia se torna no fundo um parceiro da comunidade, isso é muito importante, nos nossos bairros mais sensíveis tem sido crucial", disse, sublinhando que a câmara vai "continuar a investir" porque "é essencial para a cidade".

Afirmando que a polícia não pode ser vista só "quando há um problema", o presidente da Câmara de Lisboa defendeu que os agentes têm que estar presentes nos bairros para que as pessoas se sintam seguras.

Carlos Moedas voltou a frisar que Lisboa é "uma cidade segura" e, exatamente por esse facto, observou que todos se devem "preocupar com a segurança".

"Não devemos deixar os temas como a segurança aos extremos da nossa sociedade, sejam eles da extrema-esquerda ou da extrema-direita", salientou, reiterando a necessidade de haver mais efetivos policiais, tanto na Polícia de Segurança Pública, como na Polícia Municipal.

O autarca avançou que, em 2010, Lisboa contava com oito mil agentes da PSP e hoje tem 6.700, acrescentando que a Polícia Municipal "só tem 400 [efetivos] e podia ter 600".

"Portanto, há um problema claríssimo. Nós precisamos de mais polícia. Obviamente falou-se muito sobre os números da criminalidade, que no seu geral baixaram e fico contente por isso, mas há muitos temas em que não baixaram", disse, exemplificando com os crimes de violência doméstica contra menores e as violações.

Moedas pediu ainda ao próximo Governo para que seja feita uma reflexão sobre os crimes que estão com tendência para subir e insistiu num aumento de competências da Polícia Municipal, nomeadamente "na capacidade de fazer detenções".

Na conferência esteve também presente o comandante da Polícia Municipal de Lisboa, José Carvalho Figueira, que também alertou para a necessidade de reforço do efetivo policial."Em menos de uma década perdemos 30% do efetivo policial, passámos de 588 elementos policias, em 2018, para 412 policias atualmente, sem o devido reforço de policias será muito difícil manter uma atuação de qualidade adequada às necessidades da população. Lisboa precisa de mais polícias e polícias com mais competências", disse Carvalho Figueira.

O responsável reiterou também a urgência de os diplomas legais que regulam o regime especial das polícias municipais de Lisboa e do Porto serem revistos, o que não acontece há duas décadas.

A participar no primeiro painel, denominado "Policiamento Comunitário: construir confiança, promover proximidade", esteve o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Miguel Belo Marques, que destacou á Lusa o papel do policiamento comunitário no território que gere.

"Tem sido absolutamente fundamental não só na identificação de uma série de questões e de problemáticas que assolam a comunidade e o território, não só questões estritamente de segurança, mas também de outros aspetos que impactam a vivência da comunidade", lembrando que o início do programa em Campolide remonta a 2021.

De acordo com o autarca, o primeiro oficio que fez enquanto presidente da junta foi precisamente "solicitar a criação do programa de policiamento comunitário para o bairro da Liberdade e o bairro da Serafina".

Questionado sobre a necessidade de alargar o programa a outros bairros lisboetas, disse não ter dúvidas de que o programa "em alguns bairros considerados mais complexos e com maior número de ocorrências criminais" faria diferença.

"Talvez não dê resultados num primeiro momento, mas não tenho dúvidas que este programa trabalha muito na prevenção e, como tal, talvez não apresente resultados miraculosos num primeiro momento, mas a médio e longo prazo terá resultados absolutamente fundamentais e muito impactantes na diminuição da criminalidade", afirmou.

Miguel Belo Marques reconheceu que ainda não se chegou ao ponto que gostaria em Campolide, frisando, no entanto, ser nesse sentido que se caminha com base neste programa.

O policiamento comunitário da Polícia Municipal de Lisboa visa um policiamento de proximidade junto das comunidades, de forma a construir uma cidade mais segura, mais inclusiva, com cidadãos mais participativos e maior qualidade de vida.

Atualmente, este policiamento já está implementado na Alta de Lisboa, Ameixoeira-Galinheiras, Alto da Ajuda, Alvalade-Guerra Junqueiro, Bairro Padre Cruz, Bairro Alfredo Bensaúde, Bairro do Condado, Mouraria, Baixa-Chiado, Misericórdia, Benfica, Picheleira, Bairros da Liberdade e Serafina, Bairro de Santos-Rego, Avenida da Liberdade e Quinta do Lavrado.

Leia Também: Vereadores do PS acusam Moedas: Quer "monopolizar propaganda em Lisboa"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas