De acordo com o comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, Armando Silva, foi a primeira vez, este ano, que meios da região foram utilizados ao abrigo da Assistência Recíproca Inter-regional em matéria de Emergências (ARIEM-112).

O incêndio, que destruiu por completo dois armazéns da fábrica de reciclagem As Gándaras, na zona industrial de Porriño (Pontevedra), foi dado como extinto hoje de manhã cerca das 08:00.

De acordo com fonte dos bombeiros de Valença, o alerta das autoridades galegas foi dado cerca 21:11 de domingo. Os 20 homens e cinco viaturas acionados para o combate às chamas regressaram hoje cerca das 06:00.

Segundo o jornal Faro de Vigo, o fogo começou no domingo às 07:20 num dos armazéns pertencente àquela uma empresa de recolha de resíduos para reciclagem. As chamas foram dadas como extintas mas voltaram a reacender às 20:00 horas.

A corporação de Valença foi chamada para fazer a proteção da fábrica da Pescanova, situada na mesma zona industrial e próxima dos armazéns afetados, face ao risco de propagação das chamas.

O programa informático Ariem 112 começou a ser desenvolvido há mais de um ano e entrou em pleno funcionamento em junho passado envolvendo três regiões, Norte de Portugal, Galiza e Castela Leão, território com uma população de quase 572 mil pessoas.

Do lado português, são abrangidos os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e Guarda.

O Pacto de Ajuda Mútua (PAM) entre as três regiões foi assinado em outubro de 2013, no Porto, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), entidade portuguesa que coordena o projeto que envolve 109 municípios.

O "112" transfronteiriço dispõe de uma plataforma informática, através da qual são feitos os pedidos de ajuda internacional e acionados os meios inseridos nessa plataforma.

Além da aplicação informática, o serviço está ainda dotado de um sistema de videoconferência que permite interligar os parceiros das três regiões.

Em maio passado foi realizado um simulacro de um naufrágio de uma embarcação de recreio no rio internacional para "testar a capacidade de articulação dos meios de socorro e salvamento".

Na altura, a CCDR-N sublinhou que o 112 transfronteiriço "destina-se a facilitar os acessos aos serviços públicos de emergência das três regiões envolvidas, 24 horas por dia, eliminando barreiras territoriais, numa extensão de 16.637 quilómetros quadrados".

Do lado português, as operações envolveram a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o INEM, diversas corporações locais de bombeiros e equipas da PSP e da GNR

Do lado galego participam forças e especialidades idênticas, mais um helicóptero da Junta da Galiza.

O ARIEM representou um investimento de 400 mil euros, cofinanciado em 75% pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP).

Do lado espanhol, a Junta da Galiza vai ainda investir até final do primeiro semestre de 2015 cerca de 600 mil euros, também com 75% de financiamento comunitário.