O Patriarcado de Lisboa dá conta, esta segunda-feira, 15 de abril, que o padre Mário Rui Leal Pedras, conselheiro espiritual de André Ventura, alvo de uma denúncia anónima de abuso sexual em março do ano passado, foi declarado "inocente de tudo quanto lhe foi imputado".
A conclusão da investigação data de "23 de novembro de 2023", mas só agora é que foi revelada. No documento, o Patriarcado de Lisboa declara assim que o pároco em questão deve ser "considerado para todos os efeitos como não tendo praticado os factos em causa".
"De facto, nada do que foi resultante da averiguação efetuada [conduzida ao abrigo das normas canónicas em vigor, pela Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis desta diocese] pode pôr em causa essa inocência", lê-se na mesma nota.
De acordo com o Patriarcado de Lisboa, o "reconhecimento de inocência já foi aludido no comunicado de 21 de junho de 2023 sem identificação de nomes, e é reafirmado agora de forma pública e pessoalizada".
"A investigação seguiu as normas da Santa Sé perfilhadas pela Conferência Episcopal Portuguesa. São normas exigentes e fruto da aprendizagem, sem recuo, que a Igreja tem feito ao longo das últimas décadas em matéria de abusos", realça a Igreja, acrescentando que "a prioridade da preocupação pelas vítimas procura aí um equilíbrio com a necessidade de não acusar e, muito menos, condenar um inocente".
"O padre Mário Rui sempre declarou a sua inocência. Lamentamos ter sido ferido na sua honra e reputação, dado que a ‘conclusão a que se chegou foi de que se não logrou apurar nenhum indício de comportamentos dignos de censura", lê-se na mesma nota.
Perante isso, o mesmo retomou "de imediato a plenitude das suas funções pastorais, sendo o processo arquivado".
Recorde-se que, na sequência desta denúncia anónima, o padre responsável pelas Igrejas de São Nicolau e Santa Maria Madalena, em Lisboa, chegou a ser afastado. Mário Rui Pedras, que é padre há 41 anos, sempre declarou ser inocente e estar a ser alvo de uma "calúnia e monstruosa difamação".
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