Diretores que não reabilitem reclusos serão afastados
Sendo que metade dos 14.500 reclusos é reincidente, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) resolveu aplicar um novo modelo, que entra em vigor a partir de 2015, para diminuir esta reincidência e para solucionar a sobrelotação de reclusos. Caso não sejam cumpridas as metas, os diretores das cadeias serão responsabilizados, avança o Público.
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País Cadeia
O objetivo é apostar no regresso dos reclusos à comunidade e à vida profissional isto para que não voltem à cadeia, de acordo com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que quer já instaurar estas medidas a partir de 2015, para diminuir a reincidência e solucionar a sobrelotação, noticia o Público.
Metade dos 14.500 reclusos portugueses volta à cadeia depois de já ter por lá passado. A DGRSP pretende melhorar a eficácia de ressocialização e reduzir a atual taxa de reincidência de 50% para 25%, até 2020.
A partir de março de 2015, existirá uma única equipa de reabilitação e de reinserção social em cada cadeia, com um reforço de 70 técnicos, nomeadamente psicólogos e assistentes sociais. Em último caso, a DGRSP irá responsabilizar os diretores das prisões que não conseguirem reabilitar estes presos.
“O sistema está no limite. O que se pretende é uma revolução do sistema. Cada recluso custa cerca de 50 euros por dia. O tratamento penitenciário é caro e, por isso não nos podemos dar ao luxo de encarar a reincidência de ânimo leve. Serão avaliados os resultados e o perfil do diretor, que será responsabilizado e poderá ser afastado se nada mudar”, revelou o subdiretor da DGRSP, Licínio Lima.
O novo modelo, está a ser testado, desde maio, nas cadeias das Carregueira, Linhó, Caxias e Setúbal e já existem dez protocolos com associações e entidades para que um recluso consiga um trabalho quando sai da prisão.
Os presos serão acompanhados por uma única equipa desde o momento que entram até que saem da cadeia e terão um Plano Individual de Readaptação para quando forem libertados. Os técnicos terão ainda o trabalho de se deslocar à localidade de cada recluso para preparar o seu regresso.
Relativamente à culpabilização dos diretores, o presidente da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso, Vítor Ilharco está contra esta decisão. “Que poder tem o diretor? Quem manda nas prisões é o chefe de guardas”, para o presidente estes é que deveriam ser responsabilizados, por passarem mais tempo com os reclusos.
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