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Câmara de Lisboa lamenta morte do livreiro que "deixa marca e obra"

A Câmara de Lisboa aprovou hoje, por unanimidade, um voto de pesar pelo falecimento do livreiro José Pinho, fundador da Ler Devagar, lembrando-o como um visionário no setor cultural e criativo, que "deixa marca e obra" na cidade.

Câmara de Lisboa lamenta morte do livreiro que "deixa marca e obra"
Notícias ao Minuto

18:24 - 31/05/23 por Lusa

País José Pinho

"José Duarte de Almeida Pinho continuará a ser uma personalidade ímpar da cidade de Lisboa, que, com seu caráter visionário e empreendedorismo muito focado no setor cultural e criativo, deixa marca e obra", lê-se no voto de pesar, subscrito por todos os vereadores, nomeadamente a liderança PSD/CDS-PP, PS, PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).

Na reunião pública do executivo camarário, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que o livreiro José Pinho foi "um homem que tanto fez" pela cidade e pela salvaguarda da leitura, inclusive com a Ler Devagar, e afirmou que "o seu trabalho ficará para sempre", lembrando a homenagem feita há umas semanas com a atribuição da Medalha Municipal de Mérito Cultural.

Nascido em 1953, em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, José Pinho morreu na terça-feira, aos 69 anos, no Hospital CUF, em Lisboa, vítima de doença oncológica, confirmou à Lusa fonte da família.

Por proposta do BE, o voto de pesar incluiu a referência de que "José Pinho lutou na clandestinidade contra o fascismo e colonialismo português", bem como "recusou combater contra os movimentos de libertação das colónias africanas e exilou-se em Paris em 1973".

"Regressou a Lisboa imediatamente a seguir ao 25 abril 1974. Aqui participou numa Comissão de Trabalhadores de um estaleiro naval. Em 1976 participou na ocupação de um edifício devoluto onde foi instalado o Infantário ADECO no Bairro Alto, que continua como referência na cidade", refere o voto de pesar.

O documento aprovado recorda José Pinho como "personalidade marcante do setor cultural do país e da cidade de Lisboa", que se dedicou mais de duas décadas a estimular e inovar a democratização do acesso à cultura e a formação de públicos, com especial enfoque na promoção do livro, da leitura, da língua portuguesa, da criação artística, bem como de todas as outras formas de expressão cultural.

O livreiro destacou-se ainda como criador e coordenador de festivais literários, nomeadamente o FOLIO Festival Literário Internacional de Óbidos, o Festival Literário Latitudes: Viagens e Viajantes, e o Festival Lisboa Cinco L.

No papel de livreiro e editor, foi cofundador da Ler Devagar, projeto que teve início no Bairro Alto e que, durante os últimos 20 anos, se instalou em seis espaços em Lisboa, foi responsável pela reabilitação da Livraria Ferin, um espaço histórico na cidade, e fundou ainda a Ler Devagar Cinema, na Cinemateca Portuguesa e a Ler Devagar Artes, na Culturgest, entretanto encerradas.

"Ao longo dos anos, editou mais de 20 livros nas mais variadas áreas", indica o voto de pesar.

Recentemente, José Pinho foi condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, que se destina a distinguir o mérito literário, científico e artístico.

Leia Também: José Pinho: Cerimónias fúnebres quinta e sexta-feira em Lisboa

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