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Costa acusa Cavaco Silva de querer "criar uma crise política artificial"

Primeiro-ministro reagiu às declarações proferidas pelo ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, apontando que "só uma crise política poderia interromper a dinâmica de bom crescimento" do país.

Costa acusa Cavaco Silva de querer "criar uma crise política artificial"
Notícias ao Minuto

13:02 - 22/05/23 por Ema Gil Pires

Política António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, acusou esta segunda-feira o ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, de querer "criar uma crise política artificial", no rescaldo das declarações por ele proferidas no Encontro Nacional de Autarcas Sociais Democratas, no sábado.

"[Cavaco Silva] foi alimentar aquele frenesim, em que a direita portuguesa agora está, de querer criar o mais rapidamente possível uma crise política artificial, de forma a não dar tempo a que os portugueses sintam, como têm direito a sentir, os benefícios da recuperação económica", afirmou o chefe do Governo, à margem do almoço comemorativo dos 25 anos da abertura da Expo 98.

António Costa argumentou ainda que "só uma crise política poderia interromper esta dinâmica de bom crescimento" do país, salientando os resultados recentes garantidos pelo Executivo socialista.

O governante desvalorizou, assim, as declarações do antigo chefe de Estado, destacando que as mesmas foram proferidas por Cavaco Silva num momento em que "despiu o fato institucional, próprio, a que muitas vezes nos habituou" e vestiu a "t-shirt de militante partidário", originando um "discurso inflamado para animar as hostes" sociais-democratas.

Esta trata-se da primeira reação de António Costa após Aníbal Cavaco Silva ter tecido, na tarde de sábado, duras críticas ao Governo, apontando o dedo ao chefe do Executivo, António Costa, e, por outro lado, enaltecendo a prestação de Luís Montenegro como presidente do PSD.

Os comentários do ex-chefe de Estado foram alvo de reação por parte de vários dos partidos com assento parlamentar (e não só).

'Caso Galamba' não é "principal problema do país"

Já quando questionado pelos jornalistas acerca da mais recente polémica a pender sobre o Governo, o 'caso Galamba', António Costa fez questão de reforçar que "um episódio, por muito deplorável que seja, como foi, não se torna no principal problema do país" - que disse centrar-se em questões económicas.

Sobre se este tema tem paralisado a atuação do Executivo, António Costa começou por destacar que "o Governo é uma equipa vasta" que se tem "mantido em atividade". E lembrou, neste âmbito, como foi aprovado em Conselho de Ministros, na semana passada, o diploma que estabelece o novo regime de gestão e recrutamento de docentes.

Sobre esta polémica, António Costa reforçou que já "disse tudo o que tinha a dizer" e que preferia abster-se da discussão sobre as "horas e as horinhas" dos acontecimentos mais marcantes desse caso.

O primeiro-ministro deixou ainda a garantia de que não teve conhecimento prévio da intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do computador de trabalho do ex-adjunto de João Galamba, Frederico Pinheiro. "Não tive, nem tinha de ter", destacou. 

Frederico Pinheiro, recorde-se, está no centro de um caso que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba. O mesmo rebentou após a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, ter revelado, no início de abril, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a gestão da TAP, que tinha participado numa reunião ‘secreta’ com o Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) e com membros do Governo, antes de uma audição no parlamento, em janeiro.

Após a reunião ter sido tornada pública, o ex-adjunto de Galamba foi exonerado por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades" e acusou o ministro de querer mentir à CPI sobre a existência de notas desse encontro. O ministro negou as acusações.

Frederico Pinheiro terá ainda furtado um computador portátil do Estado, recorrendo a violência física. A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação desse computador.

O chefe do Governo deixou ainda, esta segunda-feira, uma nota acerca das suas expetativas acerca da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP: que "cumpra a sua função, de avaliar a gestão política que foi feita pelo Governo" relativamente à companhia aérea.

[Notícia atualizada às 13h36]

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