Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

PSP diz que "agentes foram cercados e atacados" em protesto em Lisboa

Duas jovens foram detidas no final da manifestação pelo direito à habitação, mas acabaram por ser libertadas. A polícia foi acusada de carregar com violência sobre os manifestantes, mas garante que tentou "proteger" as duas raparigas.

PSP diz que "agentes foram cercados e atacados" em protesto em Lisboa
Notícias ao Minuto

22:44 - 01/04/23 por Hélio Carvalho

País Habitação

Após os confrontos desta tarde entre polícia e manifestantes no final do protesto pelo direito à habitação, em Lisboa, o Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública de Lisboa (COMETLIS) defendeu a abordagem dos agentes, contando que os polícias "foram cercados e atacados, através de agressões físicas".

Em comunicado, a PSP responsabiliza as duas jovens detidas - e cuja detenção terá despoletado uma reação por parte das pessoas presentes - por provocarem "danos em diversos estabelecimentos comerciais, pintando as respetivas paredes e montras".

"Os danos referidos foram presenciados por polícias que acompanhavam a manifestação. Junto à Praça do Martim Moniz, as duas manifestantes, autoras dos danos, foram abordadas para se proceder às respetivas identificações", explica a polícia.

Ao longo da manifestação, já tinham de facto sido registados casos de vandalismo em agências imobiliárias e bancárias ao longo da Avenida Almirante Reis, em Lisboa, durante a manifestação que começou na Alameda D. Afonso Henriques e que terminou no Martim Moniz.

Na praça onde acabou o protesto, a polícia e os manifestantes envolveram-se em confrontos, com os agentes de autoridade a usarem bastões e gás pimenta para dispersar a multidão, após a detenção das jovens (uma portuguesa e uma italiana). Várias pessoas e ativistas denunciaram a órgãos de comunicação no local que as autoridades reagiram de forma violenta, com a manifestação a revelar-se pacifica e sem incidentes até então.

A PSP esclarece que "os polícias que procediam à abordagem foram cercados e atacados, através de agressões físicas, com contato direto, do arremesso de pedras e de garrafas de vidro, pelo que optaram por entrar num supermercado ali existente, para se protegerem e protegerem as duas manifestantes abordadas".

Segundo a versão das autoridades, os manifestantes tentaram então "forçar a entrada no supermercado, pelo que foi necessário o uso da força e meios coercivos de baixa potencialidade letal, bem como mobilização de reforços policiais para conter as agressões em curso".

Eventualmente a situação ficou mais calma, com as pessoas a ficarem ainda no local a criticar as forças de segurança.

As duas jovens - que ainda estiveram mais de uma hora dentro do estabelecimento, acompanhadas pelas representantes legais - acabaram por sair sem serem identificadas, já que este "trata-se de um crime semipúblico e não foi sido possível obter, em tempo útil, a queixa dos proprietários dos edifícios danificados".

Há ainda registo de um polícia "ferido na face, um outro polícia com diversas dores nos membros, atingidos por garrafas, e foram danificados dois motociclos e duas viaturas policiais".

A tarde de sábado ficou marcada por protestos pelo direito à habitação em várias cidades do país, incluindo Porto, Braga, Coimbra e Aveiro, mas foi em Lisboa que se registou a maior enchente. Milhares de pessoas entoaram cânticos de protesto pelo direito a uma renda acessível, contaram as suas histórias de precariedade e criticaram o Governo pelas medidas apresentadas no pacote 'Mais Habitação'.

Leia Também: Protesto em Lisboa termina com violência entre polícia e manifestantes

Recomendados para si

;
Campo obrigatório