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Portugal "perdeu" 59.609 famílias numerosas numa década

O número de famílias numerosas está a diminuir a um "ritmo acelerado" em Portugal, totalizando 154.249 em 2011, menos 59.609 face a 2001 (27,8%), segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.

Portugal "perdeu" 59.609 famílias numerosas numa década
Notícias ao Minuto

14:11 - 14/05/14 por Lusa

País Dia da Família

Em 2011, as "famílias com descendência numerosa", com três ou mais filhos, representavam 4,8% dos núcleos familiares e 7,4% dos núcleos familiares com filhos, quando em 2001 correspondiam a 7,0% e a 10,1% (213.858 núcleos).

Segundo a publicação "Família nos Censos 2011", divulgada hoje a propósito do Dia Internacional da Família, que se assinala na quinta-feira, as famílias numerosas "jovens", em que todos os filhos são menores, representavam 3,2% do total dos núcleos com filhos, contra 3,9% em 2001.

Embora o peso destes núcleos jovens diminua, "essa redução é menos vincada que a redução global das famílias numerosas, que em termos absolutos diminuem 20,2%", refere a publicação conjunta do INE e do Instituto de Ciências Sociais.

Os núcleos conjugais de casais em primeira conjugalidade representam "a clara maioria" dos núcleos familiares numerosos, mas "diminuem de forma assinalável" entre 2001 e 2011, passando de 180.608 para 111.657 (38,2%).

Já os núcleos familiares reconstituídos constituem "uma parcela com relevo crescente" nestas famílias, aumentando de 11.997 em 2001 para 20.455 em 2011, representando 13,3% do total de famílias numerosas.

"O aumento do divórcio e a maior frequência da dissolução de uniões de facto tornam mais comuns as situações de recomposição, e o nascimento de filhos das novas relações é frequentemente um passo para a consolidação das novas uniões", explica o INE.

Apesar dos núcleos monoparentais com três ou mais filhos terem crescido ligeiramente, de 21.253 para 22.137, "no quadro do decréscimo global" deste tipo de famílias, o seu peso proporcional aumenta significativamente de 9,9% em 2001 para 14,4% em 2011.

Ressalvando que não têm elementos que expliquem estes dados, os investigadores dizem que podem dever-se a "situações de emigração prolongada de um dos cônjuges" ou a casos de divórcios ou separação em que "a recomposição familiar se torna complicada ou mais difícil em virtude da própria dimensão da descendência e do peso que ela assume no mercado matrimonial, sobretudo no caso das mulheres".

A publicação destaca também que "o rápido decréscimo" das famílias numerosas tornaram "a sua distribuição territorial mais uniforme".

"Se nos Censos de 2001 ainda se conseguia observar uma diferença entre Norte/Ilhas e Sul, seguindo a clivagem tradicional, nos Censos de 2011 as diferenças são bastante mais ténues", sublinha.

Mantêm-se valores acima da média nas regiões de fecundidade historicamente mais elevada (Tâmega, Cávado, Açores, Madeira) mas a estes soma-se a Grande Lisboa.

O perfil regional evolutivo entre Censos permite perceber que "os contrastes regionais relativamente a este tipo de famílias já não se relacionam com os padrões seculares da fecundidade".

O INE adianta que a Península de Setúbal, Lezíria do Tejo, Baixo Alentejo, para além da Grande Lisboa, são as regiões que resistem ao decréscimo proporcional generalizado das famílias com descendência numerosa.

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