Na Madeira, a adesão foi de cerca de 100% e nos Açores de 85%, segundo a mesma fonte.
Em locais como Évora, Lagos, Loulé e Portimão, adesão foi de 100%, referiu o dirigente sindical.
Segundo o sindicato, a greve de hoje cancelou julgamentos e paralisou tribunais em vários pontos do país.
"Fomos empurrados para fazer esta greve, devido à intransigência da PGR", justificou hoje Paulo Lona, em declarações à Lusa, à margem de uma conferência de imprensa em que foram apresentados os resultados de um inquérito sobre o excesso de trabalho destes profissionais.
Os procuradores cumpriram hoje o primeiro de dois dias de greve nacional contra o concurso anual dos magistrados do Ministério Público, que consideram ser o "último prego" na sua especialização de funções.
Em causa está o aviso de abertura do movimento de magistrados do Ministério Público, publicado em 04 de junho em Diário da República, que inclui lugares a ocupar pelos procuradores, a partir de setembro, em vários departamentos e tribunais em simultâneo.
A Procuradoria-Geral da República tem justificado a opção com a necessidade de "otimizar os recursos existentes", num "contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos".
Segundo o dirigente sindical, faltam 100 a 120 magistrados nos quadros de pessoal, o que sobrecarrega quem está ao serviço.
Quase todos os magistrados que responderam a um inquérito online afirmaram que trabalham aos fins de semana e à noite.
O SMMP convidou para esta apresentação a psicóloga Tânia Gaspar, que sublinhou a necessidade de se encontrar um equilíbrio entre a gestão dos processos e os recursos humanos disponíveis, sob pena de os profissionais sujeitos a uma sobrecarga contínua de trabalho entrarem em esgotamento ou passarem a sofrer de stress crónico.
A greve nacional termina na quinta-feira, mas na sexta-feira será cumprido um dia de greve regional em Lisboa, no dia 14 de julho no Porto e em 15 de julho em Évora e Coimbra.
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