Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
20º
MIN 15º MÁX 20º

"Enorme perda" para cultura e literatura

A poetisa e professora universitária Ana Mafalda Leite considerou hoje que a morte de Vasco Graça Moura representa "uma enorme perda" para literatura portuguesa, para a cultura em geral e descreveu o poeta como um homem de múltiplas facetas.

"Enorme perda" para cultura e literatura
Notícias ao Minuto

14:58 - 27/04/14 por Lusa

País Graça Moura

"Vasco Graça Moura foi um homem de múltiplas facetas, desde um grande poeta, a um crítico e ensaísta, a um pensador da literatura portuguesa, a um tradutor que trouxe para a língua portuguesa poetas de várias línguas de imensa importância, da Itália, de Inglaterra, [como] Shakespeare", disse à agência Lusa Ana Mafalda Leite.

A especialista em literaturas africanas de língua portuguesa e professora da Universidade de Lisboa lembrou os vários cargos públicos ligados à cultura que o poeta e tradutor ocupou ao longo da vida, como secretário de Estado, deputado ou presidente do Centro Cultural de Belém.

"Sem dúvida, é uma enorme perda para a nossa literatura e para a cultura em geral", referiu Ana Mafalda Leite.

O escritor e tradutor Vasco Graça Moura, de 72 anos, morreu ao fim da manhã de hoje em Lisboa, devido a doença prolongada.

Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor de clássicos, Vasco Graça Moura estreou-se nas letras com "Modo mudando", em 1962. Publicou, entre outros, "A sombra das figuras" (1985), "A furiosa paixão pelo tangível" (1987), "Testamento de VGM" (2001) e "Os nossos tristes assuntos" (2006). Reuniu a "Poesia toda" em dois volumes, num total de mais de mil páginas, em 2012.

Recebeu o Prémio Pessoa e o Prémio Vergílio Ferreira, os prémios de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela, entre outras distinções. Em janeiro, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada.

Foi diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, diretor da Fundação Casa de Mateus, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.

Em janeiro de 2012, substituiu António Mega Ferreira na presidência da Fundação Centro Cultural de Belém.

Era uma das vozes mais críticas do acordo ortográfico, do qual reclamou a revisão, numa intervenção no Porto, em maio de 2012, porque entender que em "nada contribui para a unidade da ortografia" da língua portuguesa.

Na homenagem que a Fundação Gulbenkian lhe dedicou, não hesitou em afirmar: "A poesia é a minha forma verbal de estar no mundo".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório