Vida de Sampaio "ficará como uma referência cívica e política"
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamentou hoje "profundamente" a morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, sublinhando que "a sua vida ficará como uma referência cívica, moral e política para todos".
© Getty Imagens
País Óbito/Sampaio
"Valorizo o seu combate contra a ditadura do Estado Novo, ainda muito jovem, como estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e como presidente da Associação Académica desta universidade. Foi um dos protagonistas da crise de 1962", começou por recordar o chefe da diplomacia portuguesa.
Como advogado, disse ainda Santos Silva, o antigo Presidente "participou na defesa de muitos presos políticos, e como cidadão empenhou-se na resistência antifascista".
"Depois do 25 de abril, ele foi um protagonista incontornável do Portugal democrático, como deputado, líder parlamentar, líder partidário, depois autarca, Presidente da República e gostaria de valorizar em particular o muito que deu à causa da cooperação internacional depois que saiu das funções de Presidente em Portugal", recordou o ministro.
"Representou o secretário-geral das Nações Unidas, quer na estratégia de luta contra a tuberculose, quer na Aliança das Civilizações. E, pessoalmente, empenhou-se na fundação e na atividade da Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios, isto é, na tentativa bem-sucedida de encontrar em Portugal condições para que estudantes universitários sírios que a guerra civil fez interromper os estudos pudessem retomar e concluir os estudos no nosso país", concluiu o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.
Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.
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