Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 17º

Moradores lançam petição para retirar amianto do aterro de Azambuja

Um grupo de moradores de Azambuja, no distrito de Lisboa, lançou uma petição para reivindicar a retirada do amianto do aterro existente na vila, acusando a empresa gestora da infraestrutura de violar a lei.

Moradores lançam petição para retirar amianto do aterro de Azambuja
Notícias ao Minuto

10:25 - 24/09/20 por Lusa

País Azambuja

Em causa está o aterro situado no Centro de Tratamento de Resíduos Não Perigosos de Azambuja, uma infraestrutura gerida pela empresa Triaza, pertencente à SUMA, consórcio liderado pela Mota Engil, e inaugurada em 2017.

A petição pública foi lançada pelo Movimento de Oposição ao Aterro (MOA), que reivindica há mais de um ano o encerramento daquele equipamento.

Em declarações à agência Lusa, Margarida Dotti, do MOA, explicou que o objetivo desta petição é exigir "a retirada de todo o amianto depositado na célula n.º 1 do aterro".

"Existe uma clara violação da lei, uma vez que se está a misturar amianto com resíduos biodegradáveis na mesma célula", alertou, apontando também para a proximidade em relação a um furo de captação de água (a cerca de 427 metros), que serve a vila de Azambuja.

Relativamente aos dados da deposição de amianto no aterro de Azambuja, Margarida Dotti adiantou que em 2017 foram depositadas 505 toneladas e no ano seguinte 808 toneladas.

"De 2019 e de 2020 desconhecemos ainda os dados", disse.

A moradora queixou-se igualmente da persistência de maus cheiros e da deposição de "lamas escuras".

"Julgo que com a covid-19 isto piorou. O aterro esteve toda a hora a funcionar", afirmou.

Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa, manifestou-se solidário com a pretensão dos moradores.

"Eu fui o primeiro a assinar a petição e tenho em minha posse duas folhas para que todos os funcionários possam aderir. É uma reivindicação justa e que acompanhamos", sublinhou.

A Lusa contactou fonte da empresa Triaza, mas ainda não obteve resposta.

O aterro de Azambuja foi inaugurado em 2017 e representou um investimento de 1,8 milhões de euros, tendo desde o início da sua construção sido contestado pelos moradores e por partidos da oposição.

A este aterro, que fica a céu aberto, chegam toneladas de resíduos vindos de Itália, Reino Unido e Holanda, sendo frequentes as queixas por causa do mau cheiro e da existência de gaivotas que remexem no lixo.

Em fevereiro deste ano a Câmara Municipal de Azambuja decidiu não autorizar o alargamento do aterro enquanto não estiverem resolvidos em tribunal processos interpostos, quer pela Triaza, quer pela população.

Já em março, o presidente do município disse à Lusa que a autarquia "está empenhada" em encerrar o aterro e acusou a empresa gestora de negar o acesso dos responsáveis municipais àquela infraestrutura.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório