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Pista de aviação junto à Lagoa de Óbidos chumbada

Um aeroclube implantado em zona de REN, no concelho de Óbidos, vai ter que mudar de instalações na sequência de um parecer da CCDRLVT que inviabiliza o licenciamento da pista de aviação usada ilegalmente há vários anos.

Pista de aviação junto à Lagoa de Óbidos chumbada
Notícias ao Minuto

08:58 - 09/01/14 por Lusa

País Ilegal

O parecer emitido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) considera que o aeroclube implantado nas antigas salinas da povoação do Arelho, na margem nascente da Lagoa de Óbidos "não é compatível" com os objetivos de "proteção ecológica e ambiental" de áreas integradas na REN (Reserva Ecológica Nacional).

De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso o aeroclube está localizado numa zona de "águas de transição, respetivos leitos e faixas de proteção" o que torna inviável o licenciamento da pista de aviação, apesar de a mesma estar a ser utilizada desde 1991.

A polémica instalou-se no início do ano passado quando o Aeroclube da Lagoa encetou, junto do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) um processo de renovação do licenciamento da pista acabando por descobrir que a mesma não se encontrava legalizada por "as direções anteriores não terem entregado documentos que a lei exigia", disse à Lusa o atual presidente, Luíz Corte-Real.

Segundo o mesmo responsável a câmara de Óbidos, então presidida pelo socialista Pereira Júnior, emitiu em 1992 uma declaração atestando não ver " inconveniente" na localização da pista que veio a obter parecer favorável da Direção Regional de Ambiente e Recursos Naturais (DRARN) em janeiro de 1998.

O problema surgiu em 2006 com a entrada em vigor de uma nova legislação para as infraestruturas aeronáuticas que, segundo Luíz Corte-Real "dava um prazo de dois anos para que todas as pistas, incluindo as legalizadas, entregassem nova documentação, entre a qual um parecer positivo da autarquia".

Mas tal não foi cumprido pela então direção levando a que "a partir de 2008 a pista passasse a estar em situação de ilegalidade", recorda.

A irregularidade foi detetada após a recusa da câmara de Óbidos em licenciar a pista, posição que "este parecer da CCDR vem provar que foi a mais acertada", sustentou o presidente da autarquia, Humberto Marques, sublinhando que "se tivesse autorizado a pista, incorria em perda de mandato".

Desde março de 2013, sem poder funcionar, o aeroclube viu nos últimos oito meses "os sócios reduzidos de 86 para cerca de dez e as nove aeronaves no hangar reduzidas a apenas três", lamentou Corte-Real temendo pela viabilidade financeira do clube que "em breve não terá dinheiro para a manutenção".

Câmara e associação asseguraram estarem empenhadas em encontrar uma solução que poderá passar pela deslocalização para a zona do Furadouro, quase no limite do concelho de Óbidos com o de Peniche.

"Estamos dispostos a colaborar numa solução desde que haja possibilidade de recorrer a fundos comunitários e que os valores não sejam avultados", afirmou Humberto Marques.

O autarca admite ainda a hipótese de o investimento ser comparticipado "por empresas interessadas em realizar testes de aeronaves ou outras de âmbito turístico", concluiu.

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