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Autarca de Castanheira diz que Revita devia ser usado em 2.ª habitações

O presidente da Junta da União de Freguesias de Castanheira de Pera e Coentral defendeu hoje, na Assembleia da República, que o fundo Revita deveria ser usado nas segundas habitações destruídas pelo incêndio de junho de 2017.

Autarca de Castanheira diz que Revita devia ser usado em 2.ª habitações
Notícias ao Minuto

21:04 - 15/07/20 por Lusa

País Castanheira de Pera

O fundo Revita, utilizado para recuperar habitações permanentes afetadas nos incêndios de 2017 e que continua com fundos por aplicar, deveria ser usado para recuperar segundas habitações no território afetado, defendeu o responsável pela única junta de freguesia do concelho de Castanheira de Pera, José Lourenço, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à atuação do Governo no processo de atribuição de apoios na sequência do fogo de 17 de junho de 2017.

"Se estivesse nas minhas mãos era já amanhã", vincou o autarca de um dos concelhos mais fustigados por esse incêndio, considerando que, sem a casa de segunda habitação, muitas pessoas deixaram de voltar ao concelho.

Na audição, José Lourenço criticou o modelo criado de apoio à reconstrução de habitações, em que as autarquias podem optar por recorrer a um empréstimo (a um fundo disponibilizado pelo Governo) para financiar essas intervenções, sendo que cada município definiu o seu regulamento, nomeadamente o montante máximo a apoiar e a percentagem cofinanciada.

"Deixou-se o processo nas mãos das autarquias e cada uma fez o seu regulamento, à sua maneira e conforme os seus fundos. Em Castanheira de Pera é uma percentagem, na Pampilhosa da Serra é outra", notou o autarca, salientando que "a grande maioria das casas [de segunda habitação] estão como quando o fogo por lá passou".

Na sua intervenção, o presidente da união de freguesias realçou que aquilo que se vê relativamente à floresta "não augura nada de bom, porque onde havia um eucalipto estão lá hoje 10".

Apesar de notar um aumento das limpezas de terrenos e das faixas junto às estradas, o autarca referiu que a maioria dos proprietários, com pequenos terrenos e reformas baixas, não tem capacidade financeira para investir ou para pagar limpezas.

Segundo José Lourenço, desde o incêndio de 2017 que já recebeu vários contactos de proprietários que estavam dispostos a entregar "os terrenos de borla à junta de freguesia".

"Os terrenos, antes do incêndio, sem pinhal, eram vendidos a 50 cêntimos por metro quadrado. Agora, até os vendem a 10 cêntimos e não há quem os compre", constatou, considerando que vai ser "muito difícil trabalhar-se no sentido de prevenção de incêndios daqui por diante".

O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 no município de Pedrógão Grande lavrou em 11 concelhos dos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco, destruindo cerca de 500 casas e 50 empresas e provocando 66 mortos e mais de 250 feridos.

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