"No Parlamento há adversários políticos, não há inimigos pessoais"
Ferro Rodrigues desejou esta quinta-feira votos de um Feliz Natal ao Presidente da República. No seu discurso, aproveitou para dizer mais do que isso.
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País Ferro Rodrigues
O presidente da Assembleia da República começou por sublinhar esta quinta-feira, no Palácio de Belém, que a cerimónia de votos de boas festas ao Presidente da República não é apenas uma cerimónia de solidariedade institucional. É também, destacou Ferro Rodrigues, "uma cerimónia por onde passa muita franqueza e muita amizade pessoal entre nós".
Dirigindo-se ao chefe de Estado, Ferro lembrou que a Assembleia da República tem este ano um "novo desafio, visto que há um conjunto de diplomas que entraram em vigor com a nova legislatura e que são muito importantes para o reforço da transparência e da qualidade dos trabalhos no Parlamento", disse, referindo-se às novas exigências em matérias de incompatibilidades, ao estatuto do deputado e outras questões.
Para o segundo representante do Estado, "este é um Parlamento diferente, um Parlamento novo". De qualquer forma, frisou, "há questões que são estruturais e que se vão manter como o respeito institucional pelos órgãos de soberania e pelo próprio órgão soberano, o Parlamento".
E prosseguindo, afirmou que 2019 foi um ano importante. "Cumpriu-se o quarto ano da legislatura e houve estabilidade política durante quatro anos e depois verificou-se nas eleições que tudo correu de acordo com os princípios democráticos", salientou, destacado, por outro lado, a "resposta fraca do eleitorado com uma taxa de abstenção demasiadamente elevada". Na sua opinião, uma taxa alta acontece também por motivos técnicos e pelo facto de os cadernos eleitorais não estarem suficientemente atualizados, apontou.
Para o presidente da Assembleia da República, este ano "correu bem do ponto de vista político e estabilidade". "Em termos económicos e financeiros, os resultados são aqueles que são possíveis, mas acima da média europeia em alguns casos e com uma redução muito forte da taxa de desemprego. Foi toda uma legislatura que do ponto de vista político, económico e social se progrediu", destacou, colocando agora o foco na atual legislatura: "Obviamente que se pode progredir mais e melhor", afirmou.
E como nem tudo são rosas, Ferro Rodrigues lembrou que "o ano terminou mal com o fracasso das negociações sobre as alterações climáticas [na COP25], que é algo que nos deve preocupar a todos". "Por mais que os países queriam avançar, há forças poderosas que estão no sentido inverso e que impediram esse avanço", lamentou.
Na parte final da mensagem, Ferro falou sobre a sua própria função no Parlamento, prometendo manter a tranquilidade. "Na AR, mantenho toda a tranquilidade independentemente das novas condições na certeza que o respeito pela instituição e pelas outras instituições democráticas é algo de que nunca transigirei", disse, sublinhando estar seguro que "todos farão o seu esforço nesse sentido". E rematou com: "Na AR, há adversários políticos, não há inimigos pessoais".
Por fim, desejou um Feliz Natal ao Presidente, bem como aos seus familiares e amigos.
Recorde-se que, recentemente, Ferro Rodrigues viu-se envolvido numa polémica com o Chega, depois de ter advertido o deputado no Parlamento pelo uso excessivo da palavra "vergonha". Uma chamada de atenção que André Ventura não gostou, tendo inclusive solicitado uma audiência com o Presidente da República sobre o caso.
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