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Calendário solidário: Atletas tiram a roupa pela importância de uma casa

Calendário solidário da Associação Académica da Universidade do Minho centra-se não só na luta pela angariação de verbas para o Fundo Social de Emergência da UMinho, mas também nos problemas de alojamento que tem assolado a comunidade estudantil da academia minhota. Cada calendário tem um custo de 5 euros.

Notícias ao Minuto

18:29 - 18/12/19 por Notícias Ao Minuto

País Universidade do Minho

A quinta edição do calendário solidário da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) alerta para o problema da habitação que atinge também a comunidade estudantil. Nesta edição participam atletas de várias modalidades que, nas fotografias, surgem a nu. 

"A nudez é uma exposição visual, mas também física. Nesse estado, perde-se a defesa face aos elementos. Da mesma forma, a falta de alojamento é uma dupla exposição. É física, devido aos elementos; é social, pela subjacente fragilidade face aos preços do mercado de habitação", explicam, em comunicado, acrescentando que o conceito de desabrigo "perpassa toda a iniciativa do calendário solidário". 

E é assim que surgem os modelos retratados, "assim como os estudantes que se batem com dificuldades em encontrar casa". "Mas não só estes: os estudantes que o fundo solidário social tem apoiado, ano após ano, viveram também as suas formas de desabrigo", realçam. 

“O problema da habitação é um problema grave, que deve ser olhado com extrema preocupação. É uma responsabilidade de todos, garantir que os estudantes possam ter as melhores condições para ter acesso a ensino de qualidade, pois este é um factor decisivo para o desenvolvimento do nosso país”, palavras de Ricardo Machado, alumnus da UMinho e um dos elementos da Ordem Profética que fez parte da foto que reencenou a 'Última Ceia'.  

“Esta foto, tem uma simbologia muito especial, é um dos quadros mais famosos mundialmente, com um significado muito grande para o catolicismo. A irreverência do nosso grupo, vem demonstrar mais uma vez que se pode juntar a solidariedade, significado e um toque de humor que tão bem nos caracteriza", sublinha. 

Para o 'veterano' Diogo Branquinho, atleta de Andebol do FCPorto, através do calendário “conseguiu-se arranjar uma forma engenhosa para que desportistas de eleição fizessem arte, e com essa arte ajudassem os outros.”

Quem também "se estreia livre de preconceitos" é Ricardo Aido, médico  da Seleção Nacional de Voleibol.

“Este é um tema que tem que forçosamente que fazer parte dos problemas que urge resolver. Actualmente é sufocante para quem se vê obrigado a estudar fora da sua cidade, quer pela escassez de oportunidades quer pelos preços galopantes e que nos últimos anos não param de subir. É uma problemática que pela complexidade inerente terá que envolver toda a sociedade sobretudo aqueles a quem cabe decidir sobe pena de dentro de pouco ser incomportável (se é que já não é) termos estudantes cujas famílias não têm habitação nas grandes cidades a não conseguir frequentar o ensino superior em Portugal", explicou. 

Esta edição conta mais uma vez com o apoio do Sporting Clube de Braga e do seu presidente, António Salvador, que para além de ter permitido que os seus atletas Nilson Miguel (Campeão Europeu de Futsal em 2016) e Maria João (Voleibol) participassem neste projeto, voltou a autorizar a venda do calendário nas lojas do clube. 

O calendário encontra-se à venda na sede da AAUM, gabinetes de apoio ao aluno e pavilhões desportivos e nas lojas do Sporting Clube de Braga. O preço por unidade vai ser 5 euros.

O Fundo Social de Emergência (FSE). O que é?

O FSE é uma prestação pecuniária atribuída a fundo perdido, isenta de quaisquer taxas, que se destina a colmatar situações pontuais decorrentes de contingências ou dificuldades económico-sociais, com impacto negativo no normal aproveitamento escolar do estudante, e que não possam ser convenientemente resolvidas no âmbito dos apoios previstos pelo sistema de Ação Social para o Ensino Superior.

No conjunto das quatro primeiras edições, somando os donativos (entre os quais 5 mil dólares da Federação Internacional de Judo) e a venda dos Calendários, a AAUM conseguiu depositar na conta do Fundo Social de Emergência sensivelmente 20 mil euros, revela a Associação. 

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