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“Ser professor nos dias de hoje é um acto de heroicidade e de sacerdócio”

O artigo de opinião de hoje de Joaquim Jorge é sobre educação e professores.

“Ser professor nos dias de hoje é um acto de heroicidade e de sacerdócio”

O fundador do extinto Clube dos Pensadores, Joaquim Jorge, num artigo de opinião enviado, esta terça-feira, ao Notícias ao Minuto, fala sobre o estado da educação em Portugal e das dificuldades que um professor enfrenta hoje em dia.

Joaquim Jorge começa por recordar o caso de um professor, no País de Gales, que foi encontrado morto depois de ter sido agredido por um aluno com uma cadeira. Perante este incidente, o também biólogo diz que a vida de um professor “é algo surreal para o comum dos cidadãos” pois “para além de ter que aturar os filhos dos outros, ainda pode ser agredido e maltratado”.

“Ser professor nos dias de hoje é um acto de heroicidade e de sacerdócio”, afiança.

Perante estes factos, Joaquim Jorge diz que não é de admirar que haja falta de docentes em Portugal.

Hoje em dia, ninguém quer ser professor, os professores que continuam, estão mortos que chegue o dia para se reformarem. Não me admira nada, que já haja falta de professores em Portugal. Qualquer pessoa fala de quanto ganha um professor, o que faz ou deixa de fazer numa escola. Todos dão palpites e falam do ensino sem perceberem nada do assunto”, declara, acrescentando que o “Big Brother docente é incrível comparado com outras profissões”.

“Por exemplo, os juízes que pouco se sabe do que fazem ou deixam de fazer e é sempre difícil serem questionados, ao contrário, dos professores que são ‘pau para toda a colher’ , estão por tudo, servem para tudo e são capaz de executar o que for preciso. Os professores são usados para os mais diversos trabalhos numa escola”, assevera.

Antes de concluir o artigo de opinião, Joaquim Jorge recorda uma notícia que saiu recentemente sobre algumas câmaras terem pedido os nomes de funcionários escolares que fizeram greve. De acordo com o fundador do Matosinhos Independente, “este tipo de coacção e pressão é um sinal que se vai acentuar com a municipalização, quer para funcionários, quer para professores” e este, ainda segundo Joaquim Jorge, “é um dos maiores problemas da democracia.

Um dos maiores problemas na democracia é o poder local e o controlo que uma Câmara procura exercer a todos os níveis na sociedade: controlo da imprensa; controlo dos subsídios; controlo das nomeações; entre outros. É sempre muito difícil combater um poder, que se confunde com a câmara. A municipalização será muito má para o ensino e para os professores”, reflete.

Em jeito de conclusão, Joaquim Jorge garante que a “municipalização do ensino é um processo que porá em causa direitos como o da igualdade de oportunidades, reduzirá a autonomia das escolas, abrindo portas à ingerência na sua organização interna pelos presidentes de câmara e potenciará vias de privatização da Escola Pública”.

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