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"Governo tem medo que o que se passa em Hong Kong possa alastrar a Macau"

O único deputado português na Assembleia Legislativa (AL) de Macau disse à Lusa que o Governo tem medo que a situação de Hong Kong alastre para o território, mas garantiu que não há 'mercado' para a mobilização.

"Governo tem medo que o que se passa em Hong Kong possa alastrar a Macau"
Notícias ao Minuto

07:13 - 22/11/19 por Lusa

País Hong Kong

"O governo tem muito medo daquilo que está a acontecer em Hong Kong (...) possa alastrar para Macau", afirmou Pereira Coutinho, numa referência aos protestos violentos que têm marcado o território vizinho há mais de cinco meses.

"[Mas] Macau não tem mercado para o que está a acontecer em Hong Kong. Em primeiro lugar porque os nossos jovens são diferentes, quer em termos de educação, quer em termos de conhecimentos políticos, quer em termos daquilo que está a acontecer de uma maneira geral na sociedade", explicou.

Em "segundo lugar, o Governo de Macau comporta-se de uma maneira diferente do Governo de Hong Kong em termos de concessão de subsídios. Nós temos subsídios de toda a espécie e para todos os efeitos", acrescentou o deputado, na AL desde 2005.

Pereira Coutinho defendeu que os jovens de Macau e de Hong Kong partilham o mesmo problema da habitação, mas que, depois, há muitas diferenças que os separam.

Enquanto em Hong Kong é visível ainda "a penetração e influência do modelo ocidental de democracia, de educação, de visão e de maior internacionalização, Macau nunca foi uma cidade internacional", apontou

"Em Macau há antibióticos, há anestésicos que fazem com que eles esqueçam de uma forma curta o sofrimento que têm", recordando que existem "28 fundos a conceder subsídios todos os anos para todas as associações e entidades particulares", algo que, frisou, "Hong Kong não tem".

"Basta invocar um slogan da Grande Baía [o projeto de uma metrópole definida por Pequim que junta Hong Kong, Macau e a província chinesa de Guangdong] ou sessões de esclarecimento de como ser mais patriota para ter subsídios", sustentou.

Por outro lado, o deputado de nacionalidade portuguesa, nascido em Macau, lembrou o facto de já ter organizado muitas manifestações e que "não é qualquer assunto que consegue convencer as pessoas a irem para a rua".

"Não é fácil pôr 100 pessoas na rua. Nós já conseguimos pôr 20 mil numa mega manifestação contra um projeto de lei que concedia imunidade governantes em processos criminais e que concedia pensos de aposentação para uma dúzia de elites de governantes. O projeto foi retirado", recordou.

Contudo, tendo em conta o tema sensível que é Hong Kong, o deputado da AL destacou o que considera ser uma evidência hoje: "As pessoas vão para a rua são identificadas, são referenciadas, [porque] nós temos câmaras em todos os lados. Pode não ter consequências imediatas, mas ah!, eu garanto que terão retaliações indiretas e diretas no médio prazo".

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