Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Associações do Lis e do Baixo Mondego apelam ao uso eficiente da água

As associações de beneficiários do Vale do Lis, distrito de Leiria, e do Baixo Mondego, distrito de Coimbra, encararam hoje como um dos desafios para o futuro o uso eficiente dos recursos hídricos.

Associações do Lis e do Baixo Mondego apelam ao uso eficiente da água
Notícias ao Minuto

16:56 - 08/11/19 por Lusa

País Água

Apesar de serem realidades distintas, com culturas e sistemas hidroagrícolas diferentes, as duas associações, que participaram hoje num debate em Coimbra sobre sustentabilidade agroambiental e economia circular, afirmaram que um dos desafios para o futuro passa pela gestão racional e eficiente dos recursos hídricos à sua disposição.

Para a Associação de Beneficiários da Obra Hidroagrícola do Baixo Mondego, mais importante do que falar de economia circular naquela área será "incentivar à gestão racional de recursos hídricos num universo de muitos proprietários de minifúndio", disse o diretor técnico da entidade, António Russo, que falava à agência Lusa à margem do debate.

"Embora os mananciais de água sejam generosos, tem que se pensar que a água será um recurso limitado mais tarde e tem que ser gerido com parcimónia, num sistema bastante difícil como o Baixo Mondego, em que não há automatizações de fornecimento de água", vincou.

Para isso, não será necessário criar mais linhas de financiamento, antes mudar a mentalidade das pessoas, de forma que os proprietários aprendam "a usar a água e a estarem despertos para a questão dos recursos hídricos e não pensarem que a escassez só existe no sul", referiu.

Também a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis assumiu o seu empenho na otimização da água usada para atividades agrícolas naquela bacia, considerando que a obra para a reconversão de parte do regadio do Lis vai também ajudar a gerir melhor esse recurso, afirmou à agência Lusa o administrador da entidade, Henrique Damásio.

"Vai cair água em menos tempo e mais quantidade de cada vez e temos que aprender a otimizar o recurso com base nessa nova realidade que não vamos conseguir alterar", notou, salientando que é necessário evoluir nos métodos de rega no Lis.

Para além disso, Henrique Damásio salientou que, no caso do Vale do Lis, a implementação de uma economia circular "faz sentido", por ser uma zona densamente povoada, permitindo favorecer "os circuitos curtos de comercialização", de forma a evitar "que uma alface produzida na zona vá para Lisboa e depois retorne a uma loja em Leiria", tal como hoje acontece com as cadeias de grande distribuição.

De acordo com o responsável, há também trabalho a fazer no setor da pecuária, nomeadamente através da valorização dos efluentes (resíduos provocados pela atividade), apontando para o exemplo do setor da avicultura, cujos efluentes já são "incorporados nos olivais do Alqueva".

O debate, intitulado 'O regadio e a sustentabilidade agroambiental: Economia circular', decorreu hoje na Escola Superior Agrária de Coimbra.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório