Presidente de sindicato dos enfermeiros vai entrar em "greve de fome"
A garantia foi dada, esta terça-feira à tarde, por Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal.
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País Carreira
"Não vamos suspender a greve, antes pelo contrário. Vamos manter a luta e levá-la até às últimas consequências".
As palavras são de Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, e são proferidas no mesmo dia em que a presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, Lúcia Leite, pediu aos seus associados que “suspendam imediatamente a greve”.
Por considerar que os enfermeiros estão ser alvo de um “ataque sem precedentes”, o presidente do Sindepor afirmou a necessidade de haver uma “reação sem precedentes” e, por isso, anunciou uma greve de fome.
“Eu, Carlos Ramalho, presidente do Sindepor, em nome dos enfermeiros e do direito à greve e auma luta digna – como a que estamos a fazer – amanhã, a partir do meio-dia, vou para a porta do Presidente da República, no Palácio de Belém, e vou entrar em greve de fome”, afirmou perentoriamente aos jornalistas.
O sindicalista afirmou que a sua decisão não é apenas em nome dos enfermeiros, mas de todos os “trabalhadores” e, por isso, fez um apelo a “todos os portugueses”.
“Apelo a todos os trabalhadores, não só aos enfermeiros, para que percebam que o que está em causa neste momento é o próprio direito à greve”, garantiu Carlos Ramalho que disse ainda que “temos uma ditadura camuflada que está a tentar impor uma regra que não é democrática”.
“Estão a tentar silenciar-nos, a tentar assustar-nos”, acusou.
Nesta senda, Carlos Ramalho garantiu que vai "entrar em greve de fome e ficar a aguardar, dia e noite, à porta do Presidente da República até que se voltem a iniciar as negociações e até que se oiçam as legítimas reivindicações dos enfermeiros, até que haja uma negociação justa".
Quanto àquilo que aconselha os enfermeiros a fazer, o sindicalista diz que os profissionais devem "fazer o que entenderem por justo", afirmando que agora é tempo de "cada um tomar a sua posição individual".
"Peço que se solidarizem com esta luta e comigo. Devem, por todas as formas, lutar como eu estou a fazer. Vou lutar até ao fim", apontou.
Ao início da manhã de hoje, Carlos Ramalho já havia dito que "só os tribunais" podem proibir o direito à greve, reagindo, desta forma, ao parecer da Procuradoria-Geral da República publicado em Diário da República que considerou a greve ilícita por não corresponder ao pré-aviso. O fundo usado para compensar parte do vencimento também levou a PGR a tomar esta decisão.
Já Lúcia Leite, da Associação Sindical dos Enfermeiros Portugueses, suspendeu a greve, garantindo, contudo, que não irá 'baixar os braços' na luta dos enfermeiros.
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