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ASPE exige que Governo cumpra lei e que retome negociações "de imediato"

Lúcia Leite decidiu suspender a greve cirúrgica mas garante que 'não vai baixar os braços' na luta por aquelas que são as reivindicações dos enfermeiros.

ASPE exige que Governo cumpra lei e que retome negociações "de imediato"
Notícias ao Minuto

14:22 - 19/02/19 por Melissa Lopes

País Enfermeiros

A presidente da Associação Sindical dos Enfermeiros Portugueses (ASPE), que suspendeu esta terça-feira a greve cirúrgica nos blocos operatórios, afirmou que os enfermeiros vão continuar a reivindicação, exigindo que o Governo retome as negociações com estes profissionais “de imediato”.

Em declarações à RTP3, Lúcia Leite disse que “era expetável” o teor do parecer do Conselho Consultivo da PGR, hoje publicado em Diário da República, e que considera a greve dos enfermeiros ilícita.

“Percebia-se que a intencionalidade do Ministério era coagir os enfermeiros e abrir procedimentos disciplinares, o que se veio a confirmar com as indicações que foram dadas aos conselhos de administração”, afirmou a responsável sindical, justificando que a ASPE “não pretende sujeitar os enfermeiros a procedimentos disciplinares perfeitamente desnecessários”.

Lúcia Leite defendeu ainda que “a greve não é um meio em si mesmo” e que “criar uma batalha jurídica e judicial à volta de pareceres de faltas injustificadas, que na prática se iriam justificar e se iriam retirar daqui a um ano ou dois, não trazia nenhum resultado”.

Apesar da suspensão da greve, garantiu: “O que nós pretendemos é continuar a reivindicação dos enfermeiros e exigir que o governo cumpra de facto a lei também com os enfermeiros e que abra as negociações de imediato”.

A responsável sindical adiantou também que foi feito um apelo aos enfermeiros, que não depende de nenhuma greve, e que, segundo crê, “terá um impacto muito maior do que a greve cirúrgica”.

Apelamos aos colegas dos blocos operatórios que recusem as cirurgias adicionais que são um verdadeira utilização privada dos serviços públicos, com a qual discordamos. É uma decisão individual, não depende de nenhum sindicato, direito que lhes assiste”, explicou.

Lúcia Leite queixou-se ainda das horas extraordinárias a que estes profissionais estão sujeitos.

“Os enfermeiros, nos últimos anos, têm assegurado os serviços com um conjunto de horas a mais do que estão contratadas, muitas vezes com prejuízos para a sua vida pessoal e familiar, não fazem horas a mais porque querem ganhar mais dinheiro, fazem horas a mais porque não podem muitas vezes abandonar os serviços, os doentes e os colegas”, disse.

Face à situação, e “atendendo à posição de prepotência que o Governo tem tido com os enfermeiros”, entende a ASPE que “está na altura de exigir que o Governo e as administrações cumpram efetivamente a lei”, declarou,

“E, portanto, que atribuam aos enfermeiros o horário que efetivamente têm contratados, que não usem como expediente as horas extra, ou as falsas horas extra, para colmatar a falta de recursos permanente”, concretizou.

De sublinhar que o outro sindicato associado à greve cirúrgica, o Sindepor, optou por continuar com a paralisação dos enfermeiros. Aliás, este sindicato fez saber que avançará com uma queixa-crime se tiver de abdicar do direito à greve.

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