Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Ramalho Eanes pede investimento para impedir "avalanche migratória"

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes considerou hoje que a Europa está a demonstrar uma "incapacidade de olhar para o continente africano de maneira global", defendendo que é preciso um investimento maior para impedir a "avalanche migratória".

Ramalho Eanes pede investimento para impedir "avalanche migratória"
Notícias ao Minuto

13:15 - 30/11/18 por Lusa

País África

"Há uma incapacidade da Europa de olhar para o continente africano de maneira global, porque hoje em África investem fortemente a China, a Arábia Saudita, a Turquia, e o islamismo radical faz o seu percurso e manifesta-se, de maneira dramática por vezes, quer no Mali, quer na Nigéria, quer no norte de Moçambique", disse o antigo chefe de Estado português na sua intervenção na sessão de homenagem a Samora Machel, que decorreu hoje em Lisboa.

"Gostaria que a Europa tivesse uma estratégia para África, dado que o continente africano é indispensável para uma Europa tranquila, num novo mundo que se desenha, mas isso implicaria um investimento maior neste continente, para que rapidamente nele pudesse haver um desenvolvimento e uma igualdade que pudessem impedir esta avalanche migratória que se verifica e que, tudo leva a crer, continuará a acentuar-se de maneira perigosa", acrescentou o general.

A intervenção de Ramalho Eanes foi feita já depois de o professor universitário Eduardo Paz Ferreira ter enaltecido o percurso de Samora Machel, durante uma homenagem promovida pela Câmara de Comércio Portugal Moçambique (CCPM) ao primeiro Presidente de Moçambique, com o apoio do ISCTE - Intituto Universitário de Lisboa, da Associação de Estudantes do ISCTE-IUL e da Associação de Estudantes Moçambicanos em Portugal, que marca também o 85º aniversário do seu nascimento.

"De todos os dirigentes da libertação em África, Samora Machel tem um percurso original, desde logo porque ao contrário de outros, como Agostinho Neto ou Amílcar Cabral, não tem nem formação escolar superior nem profundas ligações a Portugal", disse Paz Ferreira, vincando que "é estranho que com isto, que podia conduzir a um afastamento de Portugal, que poderia ser justificado pelo colonialismo português ter sido mais duro em Moçambique por causa da influência sul-africana, [Samora Machel] conseguiu ultrapassar estas coisas".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório