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Dê as boas-vindas à nova ave do Jardim Zoológico. Espécie está em perigo

Conhece a espécie Mainá-do-bali? Esta é a primeira cria a nascer no Jardim Zoológico desde os anos 80. O macho veio da Dinamarca e a fêmea da Alemanha. A cria, claro está, é alfacinha de gema.

Dê as boas-vindas à nova ave do Jardim Zoológico. Espécie está em perigo
Notícias ao Minuto

13:38 - 19/11/18 por Melissa Lopes

País Natureza

O Jardim Zoológico de Lisboa celebra o nascimento de uma cria de Mainá-do-bali, dando continuidade àquela que é “uma das suas principais missões”: “A reprodução de espécies em perigo". 

Vamos conhecer melhor esta ave de canto quase extinta? Como o próprio nome indica, o Mainá-do-bali é uma ave natural de Bali e, atualmente, é encontrada apenas na Reserva Natural de Barat.

É uma espécie que se encontra classificada como criticamente em perigo de extinção, segundo a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), uma vez que é alvo do impato da desflorestação e, sobretudo, da captura ilegal para o comércio de aves, contextualiza o Zoo, em comunicado.

“Este nascimento tem um valor incalculável para o Jardim Zoológico, uma vez que foi a primeira reprodução de sucesso desta espécie de ave, desde o início dos anos 80, altura em que a acolhemos”, referiu Telma Araújo, curadora de aves do Zoo, revelando detalhes sobre uma “reprodução cuidadosamente pensada”.

“O casal que deu origem à cria – um macho da Dinamarca e uma fêmea da Alemanha - foi trazido para Portugal depois de ter sido minuciosamente avaliado. Esta avaliação é feita para que seja possível formar-se potenciais pares da espécie, de modo a reproduzirem e serem reintroduzidos no seu habitat natural, na Indonésia, e reforçar a população in situ”, desvendou. 

Símbolo de elevado estatuto social na Indonésia

De acordo com a informação divulgada pelo zoo, a ave Mainá-do-bali é símbolo de elevado estatuto social na Indonésia. A plumagem é predominantemente branca, mas negra na extremidade das asas e na cauda. Exibe uma crista branca, ligeiramente maior no macho, e apresenta pele azul na zona periocular (em torno dos olhos), bem visível.

Alimenta-se de sementes, frutos e insetos que procura nas árvores, mas também no solo. É uma ave residente, mas fora da época de nidificação, prefere a orla das florestas e savanas inundadas. É uma espécie monogâmica, os elementos do casal realizam exibições e cuidados mútuos com a plumagem. Os progenitores alimentam as suas crias durante mais sete semanas após a saída do ninho. Em geral, apenas uma cria sobrevive em cada postura.

A população total de Mainás-do-bali em estado selvagem está em franco declínio, no limiar da extinção. Estima-se que não sobrevivam mais de 50 destas aves na Natureza, sendo que nos últimos anos, essa população tem vindo a ser mantida apenas pela introdução de animais nascidos sob cuidados humanos, em parques zoológicos ou reservas e santuários.

O Zoo de Lisboa destaca, por isso, que a sobrevivência do Mainá-do-bali depende totalmente da sua reprodução sob cuidados humanos, da reintrodução desses indivíduos no habitat natural, e da manutenção de áreas sustentáveis para a sua sobrevivência em estado selvagem, havendo cerca de 100 instituições na Europa que abrigam a espécie e que trabalham em cooperação para a reprodução destes animais. 

Na Indonésia, o seu país de origem, a ONG Friends of the National Parks Foundation (FNPF) tem vindo a trabalhar na proteção destas aves face à caça e captura ilegal, incluindo através da criação de santuários..

Segundo dados das Nações Unidas e da INTERPOL, o tráfico de animais selvagens é o quarto negócio ilegal mais lucrativo do mundo, representando cerca de 223 mil milhões de euros anuais, e as aves são o seu principal alvo de transação. A nível mundial, dá conta o Zoo, a Indonésia é o local com maior número de espécies endémicas e cerca de 850 espécies diferentes de aves, sendo reconhecida como tendo uma das taxas mais elevadas de aves ameaçadas de extinção no mundo.

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