Reitor da Universidade de Lisboa recusa-se a falar sobre precariedade
O reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, optou hoje por não dizer o que pensa sobre a "precariedade no ensino superior", desculpando-se com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
© Lusa
País António Cruz Serra
"Não posso dizer o que penso sobre a precariedade no ensino superior", disse Cruz Serra, desculpando-se com o Presidente da República, que participava igualmente na sessão solene de enceramento do Dia da Universidade de Lisboa, que decorreu na reitoria.
A afirmação do reitor foi apupada por cerca de duas dezenas de bolseiros de investigação científica que, a um canto da sala e de pé, protestaram contra a sua precariedade laboral envergando t-shirts pretas.
Cruz Serra limitou-se numa curta intervenção a fazer agradecimentos.
Só após a sessão, e depois de o Presidente da República ter ido embora, o reitor da Universidade de Lisboa referiu, em declarações aos jornalistas, que "sempre se debateu contra a precariedade no ensino superior", sustentando que "o maior problema é o envelhecimento do corpo docente".
Apesar de criticar a legislação de estímulo ao emprego científico em vigor, por substituir bolsas de formação de pós-doutoramento por contratos a termo, António Cruz Serra reafirmou que vai usá-la para "reforçar o corpo docente", uma possibilidade que a própria lei prevê.
Lembrando o princípio de autonomia das instituições de ensino superior, o reitor vincou que são as universidades que decidem se abre ou não concursos para recrutamento de docentes ou investigadores.
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