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Morte de português em operação policial em Londres assinalada hoje

O jovem português Edir da Costa, morto há um ano durante uma operação policial em Londres, vai ser hoje recordado com flores, numa altura em que a investigação às circunstâncias do caso se aproxima do fim.

Morte de português em operação policial em Londres assinalada hoje
Notícias ao Minuto

19:00 - 21/06/18 por Lusa

País Edir da Costa

Família e amigos vão fazer uma vigília e depositar flores em Woodcocks Estate, o bairro no leste de Londres onde aconteceu o incidente em 21 de junho de 2017 que vitimou Edir Frederico da Costa, conhecido pelos próximos como Edson.

"Vamos juntar-nos em memória do Edson e mostrar que não esquecemos o que aconteceu. Queremos que o governo garanta que o que aconteceu ao Edson não vai acontecer a outros, para terem mais cuidado nas operações policiais, sobretudo com os jovens africanos e imigrantes", disse o pai, Ginario da Costa, à agência Lusa.

A família do português de 25 anos, residente no Reino Unido desde 1996, alega que o jovem, de origem guineense, foi vítima de violência excessiva dos agentes que o prenderam em 15 de junho, durante uma operação policial.

Fotografias mostram o jovem internado no hospital com lesões e inchado, resultado, afirma a família, do uso pela polícia de gás lacrimogéneo CS e da força para o imobilizar no chão.

Só após alguns minutos é que os agentes se aperceberem de que o português estava inconsciente, tendo então chamado os serviços de emergência, mas Edson acabou por morrer no hospital, seis dias mais tarde.

A mãe de Edson, Manuela Araújo, que vivia em Portugal, morreu também subitamente no início de agosto do ano passado, antes do funeral do filho, que só aconteceu a 1 de setembro, consequência, afirma o pai, do choque e desgosto com o sucedido.

Seguindo os procedimentos neste tipo de casos, a Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês) abriu um inquérito, interrogando os agentes envolvidos e outras testemunhas, bem como analisando filmagens.

A IPCC afirmou também que estava a analisar o conteúdo de cápsulas retiradas da garganta do jovem e indicou então que a autópsia preliminar não tinha encontrado fraturas no pescoço, lesões na coluna ou hemorragia cerebral que indicassem o uso de força excessiva, mas não esclareceu qual era o conteúdo das cápsulas.

"A investigação está em fase de conclusão. Cinco agentes do Serviço de Polícia Metropolitana (MPS) foram interrogados na sequência da acusação de conduta dolosa grave, e recebemos informações deles depois disso", afirmou hoje à agência Lusa um porta-voz da IPCC.

A notificação de agentes da polícia por conduta dolosa não confirma a existência de culpa, nem que serão instaurados procedimentos disciplinares ou judiciais.

A mesma fonte adiantou que foram questionadas várias testemunhas, incluindo duas pessoas que estavam no mesmo carro em que viajava Edson, bem como analisadas imagens de videovigilância, imagens captadas por câmaras de vídeo dos serviços de segurança e emergência e vistos filmes feitos por telemóveis.

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