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"Tenho uma profunda admiração intelectual e moral por António Arnaut"

O eurodeputado socialista Francisco Assis considerou hoje que o fundador do PS António Arnaut é uma das grandes referências da esquerda democrática, sobretudo pelas suas dimensões moral e intelectual, assumindo-se como um herdeiro do iluminismo.

"Tenho uma profunda admiração intelectual e moral por António Arnaut"
Notícias ao Minuto

16:54 - 21/05/18 por Lusa

País Francisco Assis

Estas palavras foram transmitidas à agência Lusa por Francisco Assis sobre o antigo ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional (1977/1978), que hoje faleceu, em Coimbra, aos 82 anos.

"A morte de António Arnaut causa-nos a todos uma profunda tristeza", começou por afirmar Francisco Assis, numa declaração em que lembrou que o antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano e bastonário da Ordem dos Advogados foi mandatário da sua candidatura a secretário-geral do PS em julho de 2011.

"Tenho uma profunda admiração intelectual e moral em relação a todo o percurso de vida de António Arnaut. Impunha-se pela sua dimensão moral e, sobretudo por isso, é uma das grandes referências da esquerda democrática e da democracia portuguesa", sublinhou Francisco Assis.

Para o antigo líder parlamentar socialista, António Arnaut é "uma figura essencial da vida política portuguesa", destacando-se pela "excecional probidade pessoal e pela sua total dedicação à causa do serviço público republicano".

"António Arnaut sempre esteve indisponível para a pequena política, porque foi um homem de grande dimensão moral e um homem superior ao nível da intervenção cívica. Era o contrário do taticismo, do imediatismo e do populismo", defendeu Francisco Assis.

Francisco Assis assumiu que, ao longo dos últimos anos, nem sempre o fundador do PS esteve de acordo consigo em tudo no plano político, fator que entende como natural na pluralidade da esquerda democrática.

"Entendo que António Arnaut foi um exemplo de jurista humanista, um verdadeiro herdeiro do espírito do iluminismo. Dedicou a sua vida política à defesa das causas da liberdade, da igualdade e da fraternidade", sustentou.

O eurodeputado socialista aludiu igualmente à intervenção do fundador do PS enquanto ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional liderado por Mário Soares.

"Foi o criador do Serviço Nacional de Saúde, mas essa referência é um resultado prático da sua intervenção no plano global. Bem vistas as coisas, a carreira política ativa de António Arnaut até foi curta", apontou, numa alusão aos cargos e períodos de desempenho dos lugares de Estado assumidos pelo antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano.

Francisco Assis acrescentou que conheceu António Arnaut antes de o conhecer, tendo ouvido "relatos de admiração" que lhe foram transmitidos pela sua mãe, que foi colega do fundador do PS na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

"Com os contactos pessoais que tive com ele, reforcei tudo aquilo que a minha mãe me tinha contado", completou Francisco Assis.

António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, concelho de Penela, distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.

Presidente honorário do PS desde 2016, António Arnaut foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Poeta e escritor, António Arnaut envolveu-se desde jovem na oposição ao Estado Novo e participou na comissão distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado.

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