Juncker recetivo às listas transnacionais e defende 'Spitzenkandidat'
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, defendeu hoje a manutenção do modelo de eleição do seu cargo através da designação de candidatos por cada partido político europeu - processo conhecido por "Spitzenkandidat" - e mostrou-se recetivo à ideia das listas transnacionais.
© Reuters
Mundo Comissão Europeia
No seu discurso sobre o Estado da União de 2017, em BruxelaS, o Presidente da Comissão Europeia afirmou que a experiência do "Spitzenkandidat" devia prosseguir.
"O modelo que experimentámos, pela primeira vez, em 2014, penso que funcionou bem e queremos mantê-lo. É lógico que, quando os cidadãos estiverem nas urnas, saibam em quem estão a votar para presidente da Comissão Europeia. Refleti muito sobre esta questão, porque fui um pouco a 'cobaia' em 2014, e tenho de reconhecer que foi uma experiência difícil, devido às dificuldades que encontrei para reunir apoios por toda a Europa", admitiu.
Jean-Claude Juncker apelou aos partidos políticos para que façam uma escolha antecipada dos candidatos cabeças de lista, antes do final de 2018, e para que iniciem a campanha mais cedo, de modo a que estes não encontrem as mesmas dificuldades com que se deparou em 2014.
O presidente da Comissão é eleito pelo PE sob proposta do Conselho Europeu - chefes de Estado e de Governo da União Europeia -, tendo em conta os resultados das eleições europeias, o que já sucedeu em 2014, quando o Partido Popular Europeu (PPE), que apresentou com seu candidato Jean-Claude Juncker, foi o partido mais votado a nível europeu.
Antes, o Parlamento já tinha que dar o seu aval ao nome proposto pelo Conselho Europeu, mas este era escolhido pelos líderes europeus, tendo Durão Barroso sido o último presidente do executivo comunitário (2004-2014) a ser designado sem recurso ao método do "Spitzenkandidaten".
Juncker assumiu ainda que a Comissão Europeia está recetiva à ideia das listas transnacionais, rejeitada, em 07 de fevereiro, pelo Parlamento Europeu, alertando, no entanto para o facto de a sua concretização requerer o acordo unânime do Conselho Europeu, bem como alterações à lei eleitoral nos 27 Estados-Membros no próximo ano, de modo a poderem ser aplicadas nas eleições de 2019.
Para a entidade comunitária, um círculo eleitoral transnacional poderia reforçar a dimensão europeia das eleições, oferecendo aos candidatos a possibilidade de chegarem a um maior número de cidadãos em toda a Europa.
Apesar de o artigo sobre as listas transnacionais, proposto pela comissão parlamentar dos Assuntos Constitucionais, ter sido rejeitado pelos eurodeputados, a Comissão Europeia considera que o Parlamento não fechou totalmente a porta a um debate futuro, algo que também tem sido incentivado por vários Estados-Membros.
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