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Legalizar eutanásia? Será uma "forma legal de fazer desaparecer um peso"

Manuela Ferreira Leite considera a questão da legalização da eutanásia um tema “muito complexo” e que pode tornar-se perverso.

Legalizar eutanásia? Será uma "forma legal de fazer desaparecer um peso"
Notícias ao Minuto

23:25 - 08/02/18 por Melissa Lopes

Política Ferreira Leite

Manuela Ferreira Leite debruçou-se esta quinta-feira, no seu habitual espaço de comentário na TVI, sobre a questão da eutanásia. Para a social-democrata, trata-se de um assunto “muito complexo” e que “aparenta ser uma solução de natureza excecional", mas que, na prática, pode deixar de o ser.

Sublinhando que “legalizar a eutanásia significa criar uma forma legal de fazer desaparecer um peso”, Manuela Ferreira Leite teme que, tal como na Bélgica, na Holanda e na Suíça, os casos em que se comete eutanásia venham depois a aumentar. Nestes países, sublinhou, “os casos têm aumentado de forma exponencial, são centenas de casos por ano”.

Além disso, afirmou, “nunca se saberá se é a vontade da pessoa ou se a pessoa foi pressionada para resolver o problema de quem tem que tomar conta”.

“Quando falamos de situação intolerável, no sentido físico, devíamos pensar, tomar decisões e falar mais na necessidade de divulgar mais os tratamentos paliativos. Não é não fazer nada, é ir por outra via. É ir pela via de ajudar a pessoa”, posicionou-se a ex-ministra das Finanças.

E foi mais longe ao afirmar que podem levantar-se muitas dúvidas quanto ao real desejo das pessoas de morrer numa sociedade em que o aspeto de natureza econónica e financeira pode influenciar decisões. 

“E mais se levantam quando pensamos que os tratamentos de saúde são cada vez mais caros. Até um aspeto de natureza económica e financeira pode vir a estar associada à ideia de que partir de certa altura ser uma influência para a decisão”, argumentou, realçando os “perigos” de uma eventual legalização. Como é que se sabe que a vontade de morrer é um sentimento genuinamente sentido?”, insistiu.

“Mesmo sofrendo, provavelmente, a maioria das pessoas quer não sofrer mas continuar a viver. O sofrimento tem meios médicos muito avançados para ser evitado”, fez sobressair, rematando assim o assunto, cuja discussão não considera ser uma prioridade na saúde: “Dar azo a que seja possível haver quase que pressões psicológicas para que as pessoas solicitem o fim com a eutanásia, acho que é muito complexo, do ponto vista social e moral”.

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