Puigdemont afirma estar a trabalhar para ir ao parlamento regional
O líder separatista catalão Carles Puigdemont disse hoje em Copenhaga que está a trabalhar para se deslocar ao parlamento da Catalunha, considerando o seu regresso "sem nenhum risco" como "o primeiro passo para a restauração democrática".
© Reuters
Mundo Catalunha
"Esse é o meu caminho nos próximos dias", indicou Puigdemont, em declarações no parlamento dinamarquês, onde também anunciou que se vai reunir em breve com o novo presidente do parlamento catalão.
Roger Torrent desloca-se na quarta-feira a Bruxelas para se encontrar com os cinco independentistas fugidos à justiça espanhola que foram eleitos nas eleições regionais de 21 de dezembro último como deputados no parlamento regional, entre eles Carles Puigdemont.
Todos eles estão a ser investigados por supostos delitos de rebelião, secessão e peculato no âmbito do processo de independência da Catalunha que terminou em finais de outubro com a intervenção do Governo central espanhol na Catalunha.
Puigdemont também classificou como sendo surpreendente e delirante a argumentação do Supremo Tribunal para não voltar a ativar o mandado europeu de detenção contra ele, aproveitando a sua viagem à Dinamarca.
O juiz Pablo Llarena explicou numa nota publicada na segunda-feira que a deslocação de Puigdemont a Copenhaga tinha precisamente o objetivo de "provocar uma detenção no estrangeiro", para assim poder responsabilizar o Estado espanhol pela sua ausência numa reunião do Parlamento catalão em que deverá ser investido presidente do governo catalão.
Entretanto, o ex-presidente do governo regional retirou hoje o pedido para delegar o seu voto de deputado na sessão de investidura, o que leva muitos observadores a pensar que poderia estar a pensar regressar.
O novo presidente do parlamento catalão propôs na segunda-feira o nome do líder separatista para voltar a dirigir o governo da Catalunha, apesar de todos os obstáculos jurídicos que isso implica.
Carles Puigdemont disse na segunda-feira num discurso na Universidade de Copenhaga que as forças independentistas irão "em breve" formar um novo governo regional, "apesar das ameaças" de Madrid.
O bloco de partidos independentistas tem a maioria dos assentos no parlamento da Catalunha e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, avisou na semana passada que Madrid irá manter a sua intervenção na Catalunha no caso de Carles Puigdemont tentar regressar ao poder na região.
Se o ex-presidente regional regressar a Espanha será imediatamente preso e no caso de continuar em Bruxelas terá de ser investido à distância, o que os serviços jurídicos do parlamento regional já consideraram ser contrário à Constituição.
As eleições catalãs de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol no final de outubro, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont por ter dirigido o processo para declarar unilateralmente a independência da região.
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