O ministro Mário Centeno recebeu das mãos de Jeroen Dijsselbloem, pouco passava das 11h00 desta sexta-feira, o sino com que o holandês dirigiu as reuniões do Eurogrupo durante a sua presidência.

No momento em que assume o novo cargo, o português garantiu estar motivado e ciente dos desafios que tem pela frente. "Estou motivado para liderar o Eurogrupo nos próximos anos", foram as primeiras palavras do ministro das Finanças do Governo de António Costa.

Centeno lembrou o percurso que Portugal tem feito ao longo dos últimos anos, considerando que “muito foi feito” para sair da crise, mas que “o trabalho não está concluído”.

"É muito motivante o que nos espera nos próximos dois anos e meio, mostraremos todo o empenho na construção de uma Europa mais dominante e robusta, resistente a crises - o que é a obrigação dos políticos garantirem. Quero uma relação transparente com os cidadãos", acrescentou o ministro português.

Centeno reiterou a importância de um compromisso Europeu, sustentando ser "importante garantir que os países da União Europeia estão comprometidos com este projeto". 

"Temos uma janela de oportunidade para progredirmos na construção de uma Europa cada vez melhor, a nível político e a nível económico, pelas boas condições que agora temos e crescimento exponencial", acrescentou Mário Centeno. 

Questionado sobre a principal meta a cumprir, o governante destacou que "são necessárias reformas que tornem a zona do euro robusta a crises. O Governo português promoveu estas reformas nos últimos dois anos e é necessário que se mantenham para que se garanta uma estabilidade financeira a longo prazo na zona do euro. Vamos dar o nosso melhor, incluindo Portugal que até ao momento tem cumprido todas as metas e reduzido a divida”.

Relativamente ao estilo de governação que vai adotar, Centeno falou em diplomacia. “Quero criar consensos entre os Estados-Membros e trabalhar a partir daí. Vou enfrentar este novo desafio com responsabilidade e boa disposição”, garantiu.

O presidente do Eurogrupo concluiu, a conferência de imprensa, dizendo que a tomada de posse decorreu em Paris e não em Bruxelas por uma questão de agenda, "sua e do presidente cessante Jeroen Dijsselbloem".

“Paris foi uma escolha muito feliz, correu tudo muito bem e é uma cidade onde vivem muitos portugueses”, sublinhou Mário Centeno, que ainda hoje, durante a tarde, irá reunir-se com o ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire. 

Saliente-se que, Centeno só assumirá o seu mandato, formalmente, amanhã (dia13) , mas a troca de pasta já aconteceu.