Lançado catálogo das exposições dedicadas a Francisco Afonso Chaves
O catálogo das três exposições 'A Imagem Paradoxal: Francisco Afonso Chaves (1857-1926)', dedicadas ao cientista que também se distinguiu na fotografia, será lançado na quarta-feira, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa.
© Global Imagens
Cultura Lisboa
A obra, que já foi apresentada em julho no Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, nos Açores, abrange as exposições realizadas em 2016 e 2017 no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa, no Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, Açores, e no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa.
Em Lisboa, o lançamento decorre na quarta-feira, às 18:30, com apresentação de Margarida Medeiros e Victor Flores e a presença dos curadores Victor dos Reis e Emília Tavares.
Quando foi lançado, em julho, em Ponta Delgada, o coordenador executivo da mostra disse à agência Lusa que o catálogo "fixa para a posteridade o conhecimento que se adquiriu ao longo de vários anos de investigações, por parte do professor Victor dos Reis e de Emília Tavares, no âmbito da preparação [destas] exposições", sobre o universo do cientista Afonso Chaves, como investigador, nas área da meteorologia e geologia, e pioneiro da fotografia.
João Paulo Constância destacou o facto de o catálogo "dar a conhecer um número muito significativo de fotografias" de Afonso Chaves, e ainda a possibilidade de estas poderem ser vistas em três dimensões, pois inclui um visor para a observação das imagens estereoscópicas impressas.
O catálogo, "totalmente inovador em Portugal e exemplo raro em termos internacionais", inclui "um visor equipado com lentes estereoscópicas, que permite a perceção 3D de todas as fotografias estereoscópicas de Afonso Chaves nele reproduzidas, além de separadores de capítulo especialmente concebidos nesse sentido".
A edição, em português e inglês, tem cerca de 270 páginas e foi coordenado por Victor dos Reis e Emília Tavares, sendo constituído por 386 reproduções, das quais 374 são fotografias de Afonso Chaves.
Entre os diversos textos, no catálogo destacam-se cinco ensaios especializados da autoria de Conceição Tavares (Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Universidade de Lisboa), Emília Tavares (curadora de Fotografia e Novos Media do Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado, em Lisboa), Nicholas Wade (Universidade de Dundee, Escócia), Victor Flores (Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias) e Victor dos Reis (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa).
A primeira exposição, 'A Imagem Paradoxal: Francisco Afonso Chaves (1857-1926)', realizou-se no Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado, em Lisboa, de 13 de outubro de 2016 a 26 de fevereiro de 2017.
No Museu Nacional de História Natural e da Ciência, também em Lisboa, a mostra abriu portas a 10 de fevereiro e fecha no próximo dia 30, enquanto em Ponta Delgada esteve patente no Museu Carlos Machado desde 24 de março até 03 de setembro.
As três exposições "abordam a singularidade do trabalho fotográfico de Afonso Chaves, executado quase exclusivamente no processo de estereoscopia, e assente numa rara interação e até fusão entre arte e ciência, combinando a curiosidade do cientista e a sensibilidade do fotógrafo".
O papel de Francisco Afonso Chaves, no desenvolvimento científico em Portugal, é considerado fundamental pelos especialistas, sobretudo devido aos seus vastos interesses, desde a meteorologia à geologia, geofísica, vulcanologia, sismologia e biologia.
As imagens que Afonso Chaves captou entre 1901 e 1926, ano da sua morte, revelam o cientista que encontrou, no processo estereoscópico, um elemento fundamental do seu trabalho de observação, registo e arquivo.
Afonso Chaves também participou na formação do Serviço Meteorológico dos Açores e na posterior criação de um serviço meteorológico internacional, e foi o primeiro diretor do Museu Carlos Machado.
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